Adriano Nóbrega morreu durante um confronto com a polícia no domingo (9).
Reprodução / Polícia Civil
Adriano Nóbrega morreu durante um confronto com a polícia no domingo (9).

O corpo de Adriano Magalhães da Nóbrega , ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais ( Bope ) do Rio de Janeiro, será submetido a um exame cadavérico complementar, entre esta quinta-feira e a sexta-feira, no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio. A previsão inicial é a de que perícia seja feita por quatro médicos-legistas, que terão cerca de 15 dias para elaborar um laudo.

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Parentes de Adriano e representantes do Ministério Público do Rio chegaram ao IML no início da tarde desta quinta-feira.

Entre as questões que poderão ser esclarecidas estão a distância aproximada que os atiradores estariam de Adriano quando os dispros foram feitos, direção que os projéteis percorreram no interior do cadáver e calibre das armas utilizadas na morte do ex-capitão. De acordo com a Secretaria de Segurança da Bahia, Adriano morreu, no último dia 9, em Esplanada, no Norte da Bahia , após um cerco seguido de uma troca de tiros com homens do Bope baiano.

A realização do exame complementar atende decisão do juiz Augusto Yuzo Jouti, que responde pelas comarcas dos municípios de Esplanada e Alagoinhas. De acordo com a ordem judicial, que foi expedida no último dia 18 de fevereiro, a perícia poderá ser acompanhada por médicos assistentes técnicos. Eles poderão ser indicados pela família de Adriano e pelo Ministério Público da Bahia (MP).

Parentes do ex-PM e representantes do MP entraram na Justiça da Bahia com o pedido que motivou a realização da nova pericia.

Ainda de acordo com a decisão judicial, os assistentes técnicos poderão fazer quesitos e pedir esclarecimentos, que serão respectivamente respondidos pelos legistas. A estimativa é a de que após o laudo ficar pronto, familiares poderão dar uma destinação final ao corpo, num período de até três dias.

Nesta quinta-feira, o portal de notícias G1 publicou informação dando conta que o IML do Rio enviou à justiça um comunicado relatando que o corpo de Adriano havia chegado da Bahia após já inciado os fenômenos da putrefação.E que o órgão não possui câmera de congelamento, apenas de refrigeração. O GLOBO apurou que a comunicação foi manuscrita no verso de um ofício recebido, que informava exatamente a obrigatoriedade da realização de exames complementares.

Um primeiro exame cadavérico, feito no IML de Alagoinhas,na Bahia, atestou que o ex-caveira do Bope do Rio morreu de anemia aguda e politraumatismo, provocados por dois disparos de armas de fogo. Ele teria sido atingido entre o pescoço e o tórax, por disparos de fuzil e e de uma carabina. A PM da Bahia alegou que Adriano reagiu a ordem de prisão. A corporação apresentou um escudo que teria sido atingidos por disparos de pistola Glock, nove milímetros, que teria sido encontrada com o ex-capitão.

Adriano Magalhães da Nóbrega é apontado por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRJ, como chefe da milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Ele estava com a prisão decretada por suspeitas de participação em crimes de homicídio, agiotagem e grilagem de terras. 

Após uma troca de informações entre o MPRJ e a Secretaria de Segurança da Bahia, Adriano foi localizado, no fim de janeiro, em um condomínio de luxo na Costa do Sauípe, litoral nobre da Bahia. Na ocasião, ele conseguiu fugir por um mangue.

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No dia 9, após receber novas informações do Ministério Público do Rio de Janeiro, homens do Bope baiano localizaram uma fazenda, na Zona Rural de Esplanada, onde Adriano chegou a ficar escondido até o último dia 8. Pouco depois, os militares descobriram o novo esconderijo do ex-capitão, uma casa, no Bairro das Palmeiras, também no município de Esplanada. Um cerco foi feito, mas segundo a PM, ele reagiu a prisão e foi baleado. Adriano ainda foi levado para um hospital, mas não resistiu e morreu.

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