Flordelis durante discurso no plenário da Câmara
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Flordelis durante discurso no plenário da Câmara

O processo da morte do pastor Anderson do Carmo no qual é réu Flávio dos Santos Rodrigues, um dos filhos da deputada federal Flordelis dos Santos (PSDB), está parado há mais de um mês. Já foram ouvidas todas as testemunhas do caso e produzidas as provas necessárias, só restando pendente o depoimento da parlamentar.

Flordelis usou sua prerrogativa de deputada e pediu para ser ouvida em Brasília, onde também possui residência. No início do mês passado, ela recebeu uma intimação da Justiça do Distrito Federal solicitando que indique o dia e horário que deseja prestar depoimento. Até sexta-feira, a deputada não havia se manifestado.

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Flávio permanece preso na Penitenciária Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio. Após o depoimento de Flordelis, que é testemunha de defesa do filho, a Justiça do Rio decidirá se o rapaz será ou não levado a júri popular pelo assassinato de Anderson. Em relação a Lucas dos Santos, outro filho da deputada que também é réu pelo crime, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce já decidiu levá-lo a júri em sentença do dia 1º de novembro.

Anderson Rollemberg, que defende Flávio e também é advogado de Flordelis, afirmou que a deputada tinha a opção de escolher ou não uma data e horário para ser ouvida. Caso não optasse, a própria Justiça marcaria o seu depoimento.

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"Na própria intimação, já informava para ela escolher uma data e se não se manifestasse no prazo de 30 dias, o próprio juiz é que iria escolher (a data). Então ficou à mercê da escolha do próprio magistrado, pois já passou esse prazo. No dia que for marcado, ela comparecerá", afirmou Rollemberg.

Questionado sobre o porquê de Flordelis ter optado por ser ouvida em Brasília, o advogado afirmou que a deputada tem vindo pouco ao Rio. Além disso, alegou que para a parlamentar, prestar o depoimento em Brasília é mais “confortável”. No entanto, o antigo advogado de Flordelis, Fabiano Migueis, ao solicitar à Justiça do Rio para que Flordelis usasse usa prerrogativa de deputada, escolhendo data e local de seu depoimento, alegou que ela estava se sentindo ameaçada. Até sexta-feira, o depoimento da parlamentar ainda não havia sido marcado pela Justiça do Distrito Federal.

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O advogado Ângelo Máximo, assistente de acusação nos processos respondidos por Flávio e Lucas, critica a demora na marcação do depoimento de Flordelis.

"Na minha opinião, essa demora é para a defesa do Flávio tentar o relaxamento da prisão dele por excesso de prazo. Mas isso só é cabível quando há atraso na instrução causada pelo juízo ou Ministério Público. Quando é causado pela própria defesa, essa alegação não cabe. A Flordelis é uma testemunha do próprio Flávio", afirma Ângelo, que atua junto com o Ministério Público e representa Maria Edna do Carmo, mãe de Anderson.

Lucas e Flávio foram indiciados pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo no dia 14 de agosto, dois dias antes da morte do pastor Anderson completar dois meses. Após o indiciamento, um novo inquérito foi aberto para apurar a participação de outras pessoas na morte, entre elas Flordelis.

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