Efeitos da mineração realizada pela CSN em Congonhas.
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Efeitos da mineração realizada pela CSN em Congonhas.

Congonhas, cidade no interior de Minas Gerais que possui uma barragem cinco vezes maior que a de Brumadinho, sentiu, na noite desta segunda (25)  tremores avaliados em 3.2 na escala Richte vindos da cidade vizinha Belo Vale, segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília. Em declaração à revista Veja, o prefeito da cidade, José de Freitas Cordeiro (PSDB), disse que “até o descomissionamento [desativação] da barragem, vivemos um pesadelo diário aqui”.

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A barragem Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) Mineração, recebe rejeitos há mais de 20 anos. Ela é considerada uma das maiores no mundo em área urbana, situa a cerca de 85 metros acima de bairros residenciais de Congonhas , cidade com aproximadamente 55 mil pessoas, segundo dados do IBGE de 2018. 

Sua estrutura de 76 metros de altura, tem capacidade para receber 50 milhões de m³ de rejeito, de acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD). A barragem Casa de Pedra é classificada com Classe 6, categoria mais extrema de riscos e danos potenciais. Por isso, foi a prioridade das autoridades após o abalo.

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A Defesa Civil de Minas Gerais e funcionários da CSN e da ANM (Agência Nacional de Mineração), foram ao local e asseguraram que a estrutura está estável. Contudo o prefeito afirma que “teve gente que se recusava a voltar para casa com medo de a barragem se romper ”. Uma creche e uma escola próxima a barragem também foram fechadas. 

Segundo a CNS Mineração, o abalo não teve relação com acidentes com seus explosivos . Após a tragédia de Brumadinho a mineradora anunciou a desativação da barragem de Congonhas. Contudo, segundo o prefeito, apenas a fase de secagem – anterior à etapa e que os rejeitos são retirados e reflorestados – deve demorar 20 anos.

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O prefeito de Congonhas afirma que a fiscalização de órgãos reguladores tem se intensificado após as tragédias de Mariana e Brumadinho , mas explica que ainda não é suficiente. “Temos apenas quatro fiscais para monitorar mais de 400 barragens em Minas Gerais”.

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