A Rede Nacional da Primeira Infância (RNPI) repudiou por meio de nota as mortes de crianças e adolescentes no contexto dos confrontos armados nas favelas e periferias do Brasil. O posicionamento foi divulgado nesta terça-feira (19), dia em que um inquérito da Polícia Civil apontou que a menina Ágatha Félix , de 8 anos, foi morta por um policial militar .
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“Certamente o caso da Ágatha, e de outras crianças que morreram nesse contexto no Rio de Janeiro, demonstra quão grave é a situação e também revela o quanto isso deve ser inaceitável”, diz Gisele Ribeiro, da Redes da Maré , uma das entidades que participam da rede. “A gente não pode continuar convivendo com esse tipo de evento como se fosse uma questão corriqueira”, completa.
De acordo com um estudo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), 31 crianças e adolescentes são mortos por dia no Brasil. “Repudiamos a naturalização e a desumanização com que têm sido tratadas os assassinatos de crianças e adolescentes por balas perdidas, irresponsavelmente mal direcionadas”, diz a nota da RNPI. A rede pediu ações concretas e imediatas para mudar essa realidade.
Gisele Ribeiro explica que “é urgente a revisão desse tipo de prática e que ela estabeleça como prioridade a vida e os direitos dessas crianças e adolescentes”. As entidades atribuem tais acontecimentos a ausência de políticas públicas de proteção e segurança assertivas e inclusivas. Segundo a RNPI, essas políticas “foram e continuam sendo negligenciadas pelo poder público no Brasil”.
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A Rede Nacional da Primeira Infância é uma articulação apartidária composta por 240 instituições, entre organizações da sociedade civil, do governo, do setor privado, de outras redes e de organizações multilaterais, que atuam na promoção, defesa e garantia dos direitos da Primeira Infância.