Manifestantes se declaram contra o golpe na Bolívia e a favor da democracia
Cidoli/Fotos Públicas
Manifestantes se declaram contra o golpe na Bolívia e a favor da democracia

Um grupo de manifestantes tomou uma das faixas da avenida Paulista, na região Central da cidade de São Paulo na tarde deste domingo. (17). 

O ato foi em apoio e solidariedade ao povo boliviano e organizado Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Boliviano Contra o Golpe.  As informações são da Rede Brasil Atual (RBA).

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Pelas redes sociais, o comitê fez sua convocatória e citou "a luta do povo boliviano contra o golpe, contra o fascismo , o racismo e a extrema direita".

"É uma luta que deve receber a solidariedade de todas as pessoas e da classe trabalhadora de todo o mundo que defendem as liberdades democráticas", dizia o texto.

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O grupo também divulgou um manifesto onde afirma que "a ofensiva do exército, da polícia, e de bandos fascistas forçou a renúncia do presidente eleito Evo Morales e agora reprimem a população que defende a manutenção da legalidade e da constituição".

Manifestantes levaram bandeiras da Bolívia e cartazes para a Paulista
Cidoli/Fotos Públicas
Manifestantes levaram bandeiras da Bolívia e cartazes para a Paulista

No mesmo texto, o grupo declara não reconhecer a autoproclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez. "Não reconhecemos como presidente da Bolívia a autoproclamada Jeanine Áñez, uma fraude, assim como Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela", diz o documento.

Neste domingo (17),  o governo boliviano isentou as forças armadas do país de responsabilidade criminal. Apenas no último sábado (16), já tinham sido divulgados ao menos nove mortes e 100 feridos nos confrontos entre militares e população da Bolívia.

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O Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) também se manifestou no último sábado condenando os assassinatos de manifestantes na Bolívia pelas forças de segurança do novo governo. Em quase um mês de manifestações, o número de mortos chegou a 23,  conforme balanço da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Crianças também participaram de ato em solidariedade ao povo boliviano
Cidoli/Fotos Públicas
Crianças também participaram de ato em solidariedade ao povo boliviano

Leia a íntegra do manifesto do Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Boliviano Contra o Golpe

Abaixo o Golpe na Bolívia!
Em defesa da democracia e dos povos originários da América Latina!

Um golpe organizado pela extrema direita, com apoio do imperialismo norte-americano, está em curso na Bolívia. A ofensiva do exército, da polícia, e de bandos fascistas forçou a renúncia do presidente eleito Evo Morales e agora reprimem a população que defende a manutenção da legalidade e da constituição. Desde o Brasil, somos solidários à luta do povo trabalhador boliviano contra este golpe. Não reconhecemos como presidente da Bolívia a autoproclamada Jeanine Áñez, uma fraude, assim como Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela.
Este golpe ocorre em meio a lutas massivas contra o capitalismo na América Latina e no mundo. Acompanhamos no último período as manifestações no Equador, no Chile, e também no Iraque, Líbano, Catalunha, etc. A classe dominante e o imperialismo temem a revolta dos povos, por isso reagem endurecendo a repressão e avançando em suas ofensivas golpistas.
O povo boliviano reage com manifestações e exercendo seu direito à autodefesa tomando conta das ruas do país. Uma grande marcha foi organizada de El Alto até La Paz, e outras regiões também se mobilizam, demonstrando que o golpe não está consolidado. Somente a luta popular é capaz de impedir um golpe, como vimos na resistência do povo venezuelano contra as ofensivas golpistas da oligarquia e do imperialismo.
Os acontecimentos na Bolívia trazem também como lição de que um governo identificado com os setores populares não deve confiar nos capitalistas, nos empresários. Este é o caminho para a direita se rearmar e buscar esmagar a classe trabalhadora e suas conquistas.
Nenhuma confiança deve ser depositada também no imperialismo norte-americano e em seus instrumentos, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). A OEA desatou o golpe levantando indícios infundados de fraudes nas eleições.
A luta do povo boliviano contra o golpe, contra Camacho, contra o fascismo, contra o racismo e a extrema direita, é uma luta que deve receber a solidariedade de todas as pessoas e da classe trabalhadora de todo o mundo que defendem as liberdades democráticas. Assim surge, no Brasil, o Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Boliviano contra o Golpe de Estado. Em primeiro lugar, denunciamos os objetivos reacionários deste golpe da direita boliviana, em aliança com o imperialismo norte-americano, e as ações bárbaras organizadas pela extrema-direita no país. Buscaremos dialogar com os trabalhadores brasileiros sobre a necessidade de barrar esse golpe na Bolívia como parte da luta para derrotar os ataques da própria burguesia brasileira e do odioso governo Bolsonaro, que também está alinhado com o imperialismo americano, e é um dos apoiadores deste golpe na Bolívia. Conclamamos a todas as organizações progressistas e democráticas a se somarem em defesa da luta do povo boliviano e se opor ao golpe em curso.

Abaixo o golpe na Bolívia! Viva a resistência popular!
Fora imperialismo da América Latina!



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