Investigações da Polícia Civil apontam que pelo menos quatro mil patinetes elétricos foram furtados e levados para dentro da comunidade da Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. De acordo com o delegado Flavio Narciso, titular da 21ª DP (Bonsucesso), a quadrilha comandada por Rodrigo Silva Caetano, o Motoboy, e por Alexandre de Mesquita, o Cromado, comprava os veículos doando drogas no valor de R$ 20 a R$ 30 para viciados e revendia na internet por R$ 300. A polícia acredita que o prejuízo dessas empresas chegue a quase R$ 10 milhões.
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"As vendas pela internet eram feitas, diretamente, por pessoas ligadas às bocas de fumo da Favela Nova Holanda. A gente deu início às investigações quando percebeu que um número enorme de pessoas dessas comunidades passou a anunciar esses equipamentos num valor inferior ao de mercado. Quando fomos informados pela própria empresa que mais de quatro mil patinetes foram furtados, iniciamos o trabalho para identificar esses suspeitos e onde estavam esses equipamentos", explica Narciso.
Cada equipamento , segundo o delegado, está avaliado em cerca de R$ 2 mil. As patinetes eram furtadas por usuários de drogas e entregues na Nova Holanda. Lá, Motoboy oferecia drogas na troca dos veículos.
Para a polícia, Motoboy comandava a quadrilha e Cromado era o responsável pelo processo de desbloqueio dos veículos. Após o desbloqueio, as patinetes eram customizadas pelos criminosos e repassadas para compradores através das redes sociais.
Ainda de acordo com o delegado, as pessoas que compraram as patinetes podem ser indiciadas e responder criminalmente por receptação .
Narciso explica que as patinetes se tornaram febre dentro da Nova Holanda, até mesmo virando hits das letras de funk da comunidade. "Na Nova nós 'tá' de lazer andando de patinete... Pode escolher se é do amarelo ou é do verde", diz um trecho da música.
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Em nota, a Grow, dona das marcas de patinetes e bicicletas Grin e Yellow, diz que a empresa não divulga dados de equipamentos furtados e prejuízo por questões estratégicas e de segurança. Segundo a empresa, as patinetes são rastreadas por sistema GPS, o que já levou à recuperação de equipamentos e à apreensão de pessoas envolvidas nesses casos.