O procurador Matheus Carneiro Assunção, que tentou matar a facadas
a juíza Louise Filgueiras na sede do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, foi internado no Hospital das Clíninas de São Paulo no sábado. O juiz federal Fernando Toledo Carneiro atendeu a um pedido da defesa e determinou a internação naquele mesmo dia.
Os advogados Leonardo Magalhães Avelar e Taisa Carneiro Mariano apresentaram petição requerendo a substituição da prisão preventiva do procurador pelo tratamento psiquiátrico. Na sexta-feira, em audiência de custódia na 1ª Vara da Justiça Federal, a juiza Andreia Moruzzi havia determinado sua ida para o Complexo Prisional de Tremembé.
"A Justiça Federal teve a sensibilidade necessária e agiu de forma rápida e acertada para preservar a integridade física e mental de Matheus. Essa era a única opção médica viável para o caso", declarou o advogado.
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Assunção deve ser indiciado por tentativa de homicídio qualificado. Segundo o atestado feito pelo médico Orestes Forlenza, constatou-se "presença de alucinações auditivas imperativas, abalos mioclônicos intermitentes, semalteração de consciência, crises focais ou grande mal". A hipótese médica é de que tenha havido transtorno psicótico.
O caso aconteceu na última quinta-feira, quando Matheus Assunção atacou Filgueiras com uma faca de cozinha, antes de ser detido pela segurança. A juíza escapou sem graves ferimentos. A Polícia Federal fez uma prisão em flagrante.
Segundo o relato de funcionários que presenciaram o ataque , o procurador parecia estar fora de si quando gritou que precisava "fazer o que Janot não fez" e que estava ali para "acabar com a corrupção".
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Ele havia comparecido à Corte para participar do 2° Congresso de Combate à Corrupção na Administração Pública. O procurador deixou o público no meio do evento e, por meio das escadarias, entrou em algumas salas do prédio até encontrar alguém. Louise Filgueiras estava no gabinete do juiz Paulo Fontes, que se encontrava em férias, quando foi surpreendida por Assunção.