A Polícia Federal (PF) indiciou e pediu o afastamento do prefeito de São Bernardo do Campo Orlando Morando (PSDB) sob suspeita de corrupção passiva e fraude em licitações. Outras 15 pessoas também estão na mira da PF .
O prefeito foi investigado pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros. Os policiais descobriram um esquema de uso a Fundação ABC em contratos que chegam a R$37 milhões. O processo, entretanto, não cita desvios e pode ser reavaliado.
Morando, segundo a PF em relatório obtido pela CBN , nomeou um presidente que contrataria a empresa de alimentação de um genro do prefeito para atender hospitais administrados pela associação ABC - que abrange os municípios da Grande ABC . Com o esquema, o bando teria obtido lucro.
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O prefeito de São Bernardo do Campo também é investigado pelas operações Prato Feito e Trato Feito , que encontraram vestígios do que os policiais chamam de propinoduto que envolvia prefeitos e vereadores que mantinham contratos de empresas com a prefeitura. Sob pagamento de propina, parlamentarem não contestavam os contratos.
As provas colhidas foram desdobradas por áreas e a investigação relativa à São Bernardo do Campo concluiu que Morando nomeou para presidir a Fundação ABC um dos membros dessa organização criminosa.
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A Fundação ABC explicou que não é investigada na operação Prato Feito e nega qualquer vínculo com os investigados. O ex-presidente indiciado, no entanto, diz a entidade, pediu demissão quando surgiram suspeitas de irregularidades.
Morando, em entrevista à CBN, negou envolvimento no esquema. E, como justitficativa de lisura, disse que as contas de campanha de 2016 foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e que contas da gestão foram avalizadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).