Índios da tribo Waiãpi
Iphan/Heitor Reali
Índios da tribo Waiãpi

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) divulgou nota de repúdio ao laudo necroscópico do corpo do líder indígena Emyra Waiãpi . O documento preliminar, divulgado na última sexta-feira pela Polícia Federal, não apontou evidências de que Emyra morreu durante algum tipo de confronto e constatou que a causa provável da sua morte foi afogamento.

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O laudo, portanto, contradiz a versão inicial de que a vítima teria sido assassinada a facadas por invasores da terra indígena localizada no Oeste do Amapá .

"Um verdadeiro absurdo! Este laudo contradiz o testemunho de indígenas que lá estavam corroborados pela APINA – Conselho das Aldeias Wajãpi, além do relato da prefeita de Pedra Branca, do comandante da PM, coronel Paulo Mathias, e de outras autoridades que acompanharam de perto caso e que afirmam que haviam sim indícios claro de que um assassinato foi cometido!", diz a nota, publicada no site da APIB.

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O texto cita também a prisão de um garimpeiro no dia 8 de agosto na Reserva Extrativista Brilho de Fogo, em Pedra Branca do Amapari, a oeste da Terra Indígena Waiãpi . Ainda segundo a nota, com ele, teriam sido apreendidas duas espingardas calibres 12 e 20, além de mantimentos e farta munição.

A autópsia no corpo de Emyra também foi alvo de críticas por parte de membros da APIB.

"Uma autoridade local, que prefere não ser identificada, informou inclusive que a autópsia foi feita apenas com um pedaço do corpo do cacique assassinado, sem nenhum rigor, mesmo diante da autorização do povo Wajãpi, que em prol da verdade, passaram por cima de suas crenças e autorizaram a exumação do corpo".

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O corpo de Emyra Waiãpi foi encontrado na mata no dia 23 de junho. Ele era uma das principais lideranças da etnia. O laudo, segundo a PF, “não encontrou lesões de origem traumática que pudessem ter ocasionado o óbito”.

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