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Quadrilha roubou 720 kg de ouro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e não disparou um tiro
Reprodução/TVGlobo
Quadrilha roubou 720 kg de ouro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e não disparou um tiro

A Polícia Civil de São Paulo identificou o mentor intelectual do roubo de ouro ocorrido no terminal de cargas do aeroporto internacional de Guarulhos em 25 de julho deste ano. Ele teve a prisão decretada, mas está foragido. Além do roubo de 718,9 quilos de ouro divulgados anteriormente, a polícia informou nesta terça-feira (6), em entrevista coletiva, que há um segundo montante de ouro e outros objetos valiosos que foram roubados na ocasião.

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“São mais 51 quilos que pertencem a outras empresas. Além desses 51 quilos de ouro, nós temos 15 quilos de pedras preciosas - esmeraldas brutas - e também 1,650 quilos de relógios e um colar da Louis Vuitton [empresa francesa especializada em artigos de luxo], que estava sendo encaminhado para a própria Louis Vuitton na Europa, que eram peças [relógios e o colar] que totalizavam cerca de R$ 90 mil”, disse o delegado Pedro Ivo Corrêa, da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Banco) sobre o roubo de ouro .

Na segunda-feira (5), a polícia informou que a Justiça havia decretado a prisão preventiva de seis pessoas envolvidas no roubo. Quatro envolvidos já estavam presos e dois, incluindo o mentor intelectual, estão sendo procurados. O outro homem foragido é dono do estacionamento localizado na zona lesta da capital paulista, onde os carros usados no roubo teriam sido clonados.

“Nós trabalhamos com um número de 14 pessoas [envolvidas no roubo], é uma ramificação de uma organização maior”. Segundo Corrêa, os envolvidos podem ser enquadrados nos crimes de roubo, extorsão mediante sequestro, falsidade ideológica e organização criminosa. O delegado estima que, se condenados, cada um possa pegar mais de 20 anos de pena.

O delegado ressaltou o envolvimento de funcionário do aeroporto de Guarulhos no planejamento do roubo, afirmando que esle admitiu a participação, porém não quis imputar a autoria do roubo a ninguém. “A verdade é que, em operações como essa, os criminosos têm informações privilegiadas. Nenhum sistema de segurança é seguro o bastante se tem um funcionário participando junto com os criminosos.”

Segundo informações da Polícia Civil, este funcionário, que já está preso, teve a família sequestrada como forma de pressão para que continuasse a participar do roubo. “Ele concordou em participar e, no final, quando começou a criar obstáculos, o pessoal da organização [criminosa] findou por sequestrar sua família para estimulá-lo a participar [do roubo]”. Para o delegado, o fato de sua família ter sido refém não diminui a participação do funcionário no crime, e ele deve responder por isso.

Antes da execução do crime, houve duas tentativas. A primeira, em março, e a outra, poucos dias antes do roubo. De acordo com o delegado, os criminosos chegaram até o portão, mas desistiram.

A polícia admite que haverá dificuldade para localizar a carga roubada , já que o ouro pode ser derretido e moldado em diferentes formas. O delegado disse que o montante foi dividido entre os envolvidos no roubo, o que também vai dificultar sua localização.

“As investigações vão prosseguir.Nós vamos ter que perder mais um pouco de tempo para ter essa resposta [onde está o ouro]. Temos a informação já de que boa parte do ouro é transportada para o mercado exterior. Através de várias modalidades distintas, o pessoal vai escoando aos poucos, certamente não estará por aqui, nem vai estar nas proximidades”, acrescentou Corrêa.

“Concluímos que parte do ouro está sendo encaminhada ao exterior. Uma das formas é através de formiguinhas, chineses que compram peças de ouro, em filetes pequenos, colocam dentro do celular e encaminham para a China”, disse o delegado Rogerio Luiz Marques.

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Um chinês foi preso ontem na região da Avenida Paulista com um total de 1,1 quilos em pequenas peças de ouro que comprava, colocava dentro de celulares e, segundo a polícia, enviava para a China, onde a venda do metal é mais rentável que no Brasil. Foi imputado a ele o crime de evasão de divisas, mas ele é suspeito de participar do roubo de ouro em Guarulhos. “De início, não se pode afirmar que o ouro encontrado com esse chinês é derivado do roubo do aeroporto. Pode-se supor que seja uma das formas pela qual saiam do Brasil ouro e pedras preciosas”, afirmou o delegado.

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