O corpo do cacique Emyra Waiãpi será exumado na sexta-feira, segundo o Ministério Público Federal no Amapá, para esclarecer a causa da morte. O corpo será levado da região de Pedra Branca do Amapari até Macapá.
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"É importante que tenhamos claro que nós estamos juntos, nosso objetivo é comum e isso (autorização para exumação) só reforça que as lideranças indígenas estão trabalhando em conjunto com o Ministério Público Federal e com Polícia Federal para entender a dinâmica dos fatos", afirmou o procurador da República Rodolfo Lopes. Os indígenas Waiãpi reiteraram ao MPF que houve invasão de um grupo de não-índios na aldeia Yvototõ.
"Viram três invasores não-índios, que estavam lá sentados, conversando. Voltaram para avisar a comunidade na aldeia Yvototõ. Então, nesse momento, os guerreiros foram atrás dos invasores, seguiram pelo rastro, só que eles apareceram na aldeia onde não tinham homens, guerreiros waiãpi", explicou o vereador Jawaruwa Waiãpi (Rede).
Os relatos serão juntados aos dois procedimentos abertos pelo MPF, no sábado, para esclarecer as denúncias recebidas.
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Representantes da aldeia Waiãpi questionam o empenho das autoridades brasileiras na investigação da morte de Emyra Waiãpi . Eles afirmam que os agentes federais deslocados até a aldeia não demonstraram interesse nos relatos apresentados por eles sobre os invasores que seriam responsáveis pelo crime.
De acordo com o senador Randolfe Rodrigues, os representantes dos Waiãpi se prontificaram a exumar o corpo do líder indígena para que fiquem comprovadas as causas da morte.
"Mesmo sendo contra a tradição deles, já disseram que o corpo está disponível para exumação . Mas até o momento ninguém se mobilizou para realizar este procedimento", acrescentou o senador.
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No domingo, 25 homens das forças policiais, acompanhados de lideranças indígenas, percorreram as áreas indicadas onde teria ocorrido a invasão e a morte de Emyra Waiãpi . Nas diligências, não foram encontrados quaisquer vestígios que pudessem caracterizar a presença de invasores no local. O relatório circunstanciado deve ser concluído pela PF até o fim desta semana. O procurador da República Joaquim Cabral solicitou informações sobre a denúncia de que havia garimpeiros na área.