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Danilo Cristiano Marques havia emprestado sua conta bancária para uso de Walter Delgatti Neto, mas afirmou à Polícia Federal desconhecer os ataques

Polícia Federal prende suspeito de ataque hacker arrow-options
Daniel Marenco/Agência O Globo
Juiz não acata pedido da PF para soltura de amigo do hacker que invadiu celulares de autoridades


O juiz Vallisney de Souza negou o pedido de soltura para Danilo Cristiano Marques, responsável pelo empréstimo de conta bancária a Walter Delgatti Neto, principal suspeito e réu confesso de promover ataques hacker a autoridades, entre elas o ministro Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato. O pedido de liberdade partiu da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que entenderam que o mesmo já havia colaborado com a justiça e não tinha motivos para continuar em detenção temporária.

Preso na terça-feira passada na Operação Spoofing, Danilo havia emprestado sua conta bancária para uso por Walter Delgatti Neto, mas afirmou à PF desconhecer os ataques. O hacker Walter confessou à PF ter invadido o Telegram de diversas autoridades públicas, dentre elas o ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba.

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 A PF entendeu que não há mais justificativa para manter a prisão temporária  de Danilo Marques, que prestou depoimento e teve seu celular apreendido. O pedido está no Ministério Público Federal para manifestação a respeito. Em seguida, caberá  à 10ª Vara da Justiça Federal do DF decidir sobre a revogação. Caso o pedido seja deferido, a PF terá que providenciar o transporte dele de volta para São Paulo, segundo determinação da 10ª Vara.

Um novo e-mail, porém, levou o juiz a manter a prisão temporária, conforme escreveu em sua decisão.

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“Momentos atrás, enquanto elaborava esta decisão, a autoridade policial encaminhou novo e-mail para esta 10ª Vara Federal aduzindo que embora tenha representado pela suspensão da prisão temporária de Danilo Cristiano Marques, diante da colheita de novos elementos (espelhamento de arquivos de mensagens e conversas armazenadas no aparelho celular do investigado), constatou que Danilo Marques tinha conhecimento das invasões a contas de aplicativos Telegram que eram realizados por Walter Delgatti Neto (inclusive foi observada intensa troca de mensagens indicativas da participação de Danilo em fraudes bancárias juntamente com outras pessoas), razão pela qual revê seu posicionamento e solicita a manutenção da custódia temporária”, escreveu Vallisney.

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Sobre os outros três alvos - Delgatti Neto e o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Oliveira, ainda não houve definição da PF sobre se irá solicitar a soltura deles ou se pedirá conversão em prisão preventiva. As temporárias vencem nesta quinta-feira (1). Fontes ligadas à investigação sobre ataques hacker avaliam que a tendência é mantê-los presos por mais tempo, para melhor elucidação dos fatos. Os policiais estão analisando o material apreendido e tentando acessar os celulares dos alvos.