Sindicalistas denunciaram invasão de policiais federais em reunião de ato contra Bolsonaro
Sinteam / Reprodução
Sindicalistas denunciaram invasão de policiais federais em reunião de ato contra Bolsonaro

O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar um caso de suposta intimidação de agentes federais a manifestantes que planejavam um protesto contra a visita do presidente Jair Bolsonaro , durante a visita dele a Manaus nesta quinta-feira (24).

A manifestação estava sendo organizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), no Centro da capital amazonense, em uma reunião, na noite desta terça-feira, quando o local foi invadido por três homens vestidos com a farda da Polícia Rodoviária Federal (PRF), portando armamento pesado, semelhantes a fuzis.

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Interrogada pelos agentes, a presidente do Sinteam , Ana Cristina Pereira, disse que ficou surpresa com a presença dos agentes federais, que entraram na sede do sindicato sem serem autorizados pela recepção e sem mandado judicial.

“Desde a redemocratização do Brasil, essa é a primeira vez que sei e presencio um caso em que agentes federais invadem uma reunião de sindicato para saber o que está ocorrendo nela”, disse.

Segundo Cristina, o MPF abriu um procedimento denominado de “Notícia Fato” para apurar a suposta intimidação dos agentes da PRF. A medida foi adotada pelo procurador-chefe do MPF no Amazonas, Edmilson Barreiros.

Os manifestantes planejavam protestar chamar a atenção de Bolsonaro para a importância da Zona Franca de Manaus ao Brasil, no desenvolvimento da Amazônia e na manutenção das florestas. Há dois meses, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em entrevista à GloboNews que não ia “ferrar” o restante das cidades brasileiras por causa de Manaus.

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Guedes se referia aos incentivos tributários concedidos exclusivamente às empresas do Polo Industrial de Manaus , como forma de mantê-las no estado, considerando a dificuldade logística da região unida à falta de novas matrizes econômicas.

O MPF vai se manifestar sobre a investigação, após ouvir os membros do Sindicato do Trabalhadores em Educação e a Polícia Rodoviária Federal. Procurado o Exército, representado pelo Comando Militar da Amazônia (CMA), negou que tivesse enviado “representantes” para invadir a sede do Sinteam.

Em busca de líderes do movimento

De acordo com a presidente do sindicato, os homens procuravam saber como a manifestação estava sendo organizada e quem eram os líderes do movimento.

“A primeira informação que eles buscavam era saber quem eram os líderes do protesto e de que forma a manifestação seria realizada. Não respondemos, porque não acreditávamos que aquilo estava acontecendo. A nossa liberdade de expressão sendo cerceada”,  afirmou a sindicalista.

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