Vereador e PM Davi Brasil é apontado como chefe do grupo paramilitar que atua na região
Arquivo pessoal
Vereador e PM Davi Brasil é apontado como chefe do grupo paramilitar que atua na região

Uma megaoperação conjunta entre as polícias Civil e Militar e o Ministério Público estadual (MPRJ), desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, procura 24 pessoas envolvidas com uma milícia chamada Caçadores de Ganso. Outras nove indiciadas na mesma ação já estão presas.

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Dentre os alvos da operação está o PM reformado, vereador e secretário de Defesa Civil de Queimados Davi Brasil Caetano (Avante, antigo, PTdoB), 52 anos, que foi preso em casa. Com ele, foram encontradas duas espadas e uma pistola.

De acordo com as investigações, Davi Brasil é o líder da quadrilha , que está envolvida em homicídios, extorsões, roubos e outros crimes na Baixada Fluminense e região. O grupo paramilitar atua em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida e também está ligado ao tráfico de drogas .

A Operação Hunter , como foi batizada, também cumpre mandados de busca e apreensão na Prefeitura e Câmara de Vereadores de Queimados . Os agentes ainda estão em endereços da capital, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Japeri, Maricá e em quatro cadeias do estado para dar nova voz de prisão a nove presos.

Além do vereador, outro procurado é Carlos Luciano Soares da Silva, conhecido como Macaco Louco ou Nem. O miliciano seria o responsável por diversas mortes na Baixada, principalmente de traficantes e usuários de drogas. Ele já foi preso em julho de 2015 por causa de uma morte em janeiro daquele ano em Queimados e por fazer parte do grupo paramilitar da região.

Página na internet

De acordo com o MPRJ , os Caçadores de Ganso atuam em três condomínios de Queimados (Valdariosa, Ulysses Guimarães e Eldorado), amedrontando a população local. Eles também agem distribuindo clandestinamente sinal de TV a cabo.

No Condomínio Eldorado, dois dos procurados, Alex Rodolfo da Silva, o Lequinho, e William Eugênio Gonçalves, o Tengo, também praticavam o tráfico de drogas. Por isso, além de responderem pelos crimes ligados à milícia, eles também foram indiciados por tráfico de drogas.

Os integrantes do grupo se dividem entre as atividades de cobrança ilegal, de taxas de serviços e por suposta segurança, observação de inimigos, dente outras.

O grupo mantinha uma página na Internet, onde anunciava quem seriam suas vítimas. Em 2017, durante a Operação Queimados Livre , a polícia identificou os criadores administradores da página, apreendendo armas e material ligados ao grupo.

Operação em 2017

Em julho de 2017, Davi Brasil já havia sido alvo de outra operação, que investigou a mesma milícia. Na época, ele teve apenas mandados de busca e apreensão cumpridos contra ele. Na casa dele foi encontrado um pássaro silvestre, conhecido como "trinca-ferro", fazendo com que ele fosse autuado por crime ambiental.

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As buscas contra Davi naquele ano também resultaram na apreensão de duas pistolas registradas (380 e .40), espadas, facões (as mesmas encontradas hoje, que foram devolvidas depois) e talonários de um centro social que era administrado pelo vereador. Na ocasião, ele negou o envolvimento com a milícia da região.

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