Clayton da Silva Novaes foi levado para a sede da Polícia Civil, no Centro do Rio
Rafael Nascimento / Agência O DIA
Clayton da Silva Novaes foi levado para a sede da Polícia Civil, no Centro do Rio

O PM reformado Clayton da Silva Novaes foi preso, na manhã desta quarta-feira (3), durante uma operação do Departamento de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCCCOLD) da Polícia Civil.

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Ele foi encontrado em casa, no bairro Lajes, em Paracambi, na Região Metropolitana do estado. Além dele, outras cinco pessoas foram presas por envolvimento em lavagem de dinheiro da quadrilha de Wellington da Silva Braga, o Ecko, que comanda a maior milícia do estado.

A operação também pretendia prender Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como o Zinho. Ele, que é irmão de Ecko, é considerado foragido. Zinho e os demais alvos da operação fazem parte do braço financeiro da quadrilha, que movimentou cerca de R$ 41 milhões de 2012 a 2017.

A ação também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão , além de ter conseguido na Justiça o bloqueio de contas e o sequestro de R$ 11 milhões dos alvos. Além de Paracambi, os mandados também foram cumpridos em endereços ligados à milícia na zona oeste do Rio .

Os alvos da operação

  1. PM reformado Clayton da Silva Novaes (preso)
  2. Jenílson Simões Gonçalves (preso)
  3. Sidnei Coutinho Perrut (preso)
  4. Fabiana Castilho Alves Duque (presa)
  5. Márcio Jacob Hessel (preso)
  6. Carla dos Santos Alves da Silva (presa)
  7. Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho (foragido)

De acordo com a chefe do DCCCOLD, a delegada Patrícia Alemany, os alvos da operação de hoje abriram várias empresas de incorporação e exploração de areia e saibro na Baixada Fluminense para "lavar" o dinheiro do grupo paramilitar . Eles também estão envolvidos em mortes de integrantes de empresas concorrentes em municípios da região.

A principal empresa investigada pelos crimes da organização criminosa é a Macla Comércio e Extração de Saibro, de propriedade de Zinho.

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Outras empresas investigadas

. Hessel Locação e incorporações, que fez movimentação de valores da Macla diretamente para a conta de Zinho

. Senna Terraplanagem, atualmente de propriedade de Jenadir de Senna Gonçalves, pai de Renata Simões Gonçalves, ex-esposa de Zinho, que se matou em março

. Jardim das Acácias Mineração, que tem o mesmo nome de um bairro em Seropédica e é foco de vários areais explorados pelo grupo

Assassinato em 2014

A polícia também investiga como uma empresa teve seus negócios assumidos pela Macla após uma morte. A Castilho Alves, empresa de terraplanagem e extração de saibro, teve seu dono, Alexsander de Castro Santos, assassinado em junho de 2014 pelo então líder da milícia Liga da Justiça, o ex-PM Marcus José de Lima Gomes, o Gão.

O inquérito policial apontou que em agosto daquele ano, na prisão de Gão, foi apreendido um fuzil que foi usado na morte de Alexsander e de seu mecânico, Juliano Cesar Viana Madeira. O crime aconteceu na frente da casa de Alexsander, em Nova Sepetiba, na Zona Oeste. Na época, foi conseguido o bloqueio e o sequestro de aproximadamente R$ 11 milhões.

Desde 1990

De acordo com o Ministério Público estadual ( MPRJ ) a quadrilha que hoje é liderada por Ecko atua desde a década de 1990 em Santa Cruz e Campo Grande, na Zona Oeste da capital. Atualmente a organização criminosa tem várias ramificações no estado, dentre elas uma no município de Paracambi.

Zinho e Ecko são irmãos de Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, miliciano que chefiou Liga da Justiça até a sua morte, em abril de 2017.

A quadrilha liderada por Ecko atua coagindo moradores e comerciantes das regiões onde atuam. Com o uso de violência ou grave ameaça e armados, eles também controlam motoristas/proprietários de vans e kombis, legalizados ou piratas.

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