Delegacia de Homicídios apura o caso; bloco de concreto atingiu motorista em cheio no peito
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Delegacia de Homicídios apura o caso; bloco de concreto atingiu motorista em cheio no peito

Era madrugada de sexta para sábado. O motorista de aplicativo Fernando de Souza Gomes, de 49 anos, como de costume, virava a noite levando mais uma passageira para casa. Ao passar por baixo da passarela que liga o estádio do Maracanã às estações de trem e metrô, na Avenida Presidente Castelo Branco, no entanto, a rotineira viagem foi tragicamente interrompida.

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Um homem, ainda não identificado, atirou, do alto da passagem, um bloco de concreto, que fazia parte da estrutura da construção. O objeto destruíu o vidro dianteiro do carro de Fernando e atingiu o motorista em cheio no peito. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu, e deixa, além de suas duas filhas, os pais, com quem morava e dedicava-se a cuidar: o pai sofre de Alzheimer.

"Um taxista que estava vindo atrás dele viu tudo e nos contou. Após o impacto, o pé dele prendeu no acelerador, e a passageira precisou pular para o banco da frente. Ela assumiu o volante e conseguiu puxar o freio de mão, fazendo o carro parar próximo a um posto de gasolina ali perto", conta Simone de Souza Gomes, irmã da vítima.

Ela fala sobre o desespero que sentiu ao atender uma chamada do celular do irmão de madrugada. Uma ligação que só foi possível porque o celular de Fernando estava desbloqueado: no momento em que foi atingido pelo bloco de concreto , o aplicativo estava aberto, registrando a corrida.

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"O taxista parou, pegou o telefone dele, que estava desbloqueado, ainda com o aplicativo aberto, e conseguiu me ligar. Eu entrei em desespero. Quando o bombeiro chegou, ele teve duas paradas cardíacas no local, e mais uma quando chegava no Hospital Salgado Filho", falou.

"Na quarta, ele não resistiu. O que os médicos me passaram, é que a cartilagem toráxica foi esmagada. A família está péssima. Eu só espero que peguem os culpados, porque ceifaram a vida de uma pessoa que estava trabalhando, ele não estava 'de sacanagem' na rua naquele momento", desabafou Simone.

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro investiga o caso e já sabe que de fato o material de concreto foi atirado por alguém. A especializada agora busca ouvir testemunhas e imagens de câmeras de segurança da região que ajudem a polícia a chegar ao autor, ou os autores, do crime.

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O caso aconteceu bem em frente ao estádio do Maracanã, que, no dia seguinte, recebeu partida válida pela Copa América, que contou com um grande reforço policial, com homens dos bombeiros, policias Militar, Civil e Federal, Guarda Municipal, entre outras frentes. O motorista será enterrado nesta segunda-feira, às 13h, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte.

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