A vendedora Marina Izidoro de Morais, que foi arrastada por um carro em Taguatinga, no Distrito Federal, após se negar a entregar um balão de graça disse que quer ver os responsáveis pelo crime responderem por seus atos. “Eu quero justiça. O que ele fez comigo, ele vai ter que pagar”, disse.
Marina também contou que temeu por sua vida ao ser arrastada pelo asfalto por 150 metros. “Eu pensei que eu ia morrer na hora. Eu vi a morte”. A vendedora de 73 anos relata que sua cabeça ficou perto da roda do carro e só se salvou porque o motorista parou o veículo e a mulher que estava no banco do passageiro soltou os balões.
Marina trabalha vendendo balões de gás hélio na porta de escolas aos finais de semana, especialmente em época de festas juninas. Ela pega os produtos com um fornecedor e ganha uma comissão para complementar sua renda como diarista.
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No último sábado (15), ela estava na porta do Colégio Marista, uma escola particular de Taguatinga, quando, por voltas das 19h45, foi abordada por um casal em um carro de luxo. Eles pediram desconto no produto e disseram que levariam três. Antes que Marina pudesse soltar os balões do pulso, onde estavam presos, a mulher que estava no banco de passageiro agarrou a mercadoria e o motorista arrancou, sem pagar.
Pessoas que presenciaram a cena anotaram a placa do carro e já acionaram a polícia e os bombeiros. Marina registrou a ocorrência e prestou depoimento à polícia. Ela também realizou um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Brasília.
A diarista ainda não sabe exatamente qual foi o tamanho do seu prejuízo pois ainda não conversou com o responsável pelos balões. Mas além dos produtos, ela também terá outros custos. Como tem machucados nas mãos e nos pulsos causados pelas cordas dos balões, Marina, que é passadeira, terá que ficar um tempo sem trabalhar. “Eu estou muito traumatizada”, disse, afirmando que também não pretende voltar a vender balões tão cedo.
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Logo após o acidente, Marina foi socorrida por bombeiros e encaminhada para o Hospital Regional de Taguatinga. Lá, constatou-se que seus ferimentos foram superficiais e ela não teve nenhuma fratura. A vendedora foi buscar o resultado de seu último exame, uma tomografia, nesta segunda-feira (17). “Fui atendida, estou tomando remédio. Eu estar viva é o mais importante”, afirma.