A 40ª Vara Criminal do Rio de Janeiro revogou a prisão de Alexandre Motta de Souza, amigo de Ronnie Lessa, ex-PM acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes. Alexandre foi preso em flagrante depois que a Polícia Civil encontrou 117 fuzis em sua casa , em março, na maior apreensão da história do Rio.
Os fuzis foram apreendidos durante a operação Lume, que cumpriu mandados de busca para investigar a morte da vereadora e de seu motorista. Além da grande quantidade de armamento, também foram encontradas 500 munições e três silenciadores, além de R$ 112 mil em dinheiro.
Na ocasião, o advogado de Alexandre, Leonardo da Luz, afirmou que ele apenas "fez o favor" de guardar a encomenda em seu apartamento a pedido de Ronnie Lessa , e que não sabia que eram armas . "Ele não sabia do que se tratava. E foi uma surpresa para ele ver o que se encontrava dentro das caixas. Ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável envolvendo a vereadora", disse.
Na decisão, a juíza Alessandra Bilac acolheu o parecer favorável do Ministério Público, baseada em depoimentos de policiais que participaram da operação. De acordo com os agentes, Alexandre mostrou o local onde estavam as caixas lacradas e manifestou surpresa e desespero ao descobrir o que havia dentro.
Em quase 7 horas de audiência, a versão também foi confirmada por ele e por Lessa, que afirmou que as peças de fuzis se tratavam de itens de airsoft, jogo em que utiliza-se arma de pressão, e que o amigo não sabia o que havia dentro das caixas.
Apontado como executor de Marille e Anderson , o ex-PM é suspeito de atuar como matador de aluguel e "armeiro", aquele que adapta armas para grupos criminosos. A polícia ainda investiga se ele traficava armas e escondia na casa de Alexandre.