Fernandinho Beira-Mar diz que família é
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Fernandinho Beira-Mar diz que família é "envolvida" com a política de Caxias há mais de 40 anos

Condenado a mais de 200 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, de armas, homicídios, dentre outros crimes; Luiz Fernando da Costa, de 51 anos, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, afirmou que sua família é envolvida na política de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, há mais de 40 anos. Segundo o criminoso, que está na cadeia há 18 anos, seus parentes dão expediente na Câmara Municipal da cidade há pelo menos 30 anos.

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"Nós somos envolvidos com a política há mais de 40 anos. A minha família trabalha na Câmara há mais de 30 anos. Por que só agora vem falar?" A declaração de Fernandinho Beira-Mar foi dada ao programa "Câmera Record", da TV Record.

Sem citar nomes, o líder do Comando Vermelho (CV) afirmou que já encontrou com diversos políticos, de vereadores a governadores.  Não é de agora que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o envolvimento do criminoso na política caxiense.

Em 2017, a Polícia Federal deflagrou a "Operação Epístola" autorizada pela 3º Vara Federal de Porto Velho. O nome da operação se deu à forma como Beira-Mar se comunicava com operadores fora da cadeia, por meio de bilhetes. De acordo com a PF, Beira-Mar comandava, de dentro do Presídio de Segurança Máxima de Porto Velho (RO), uma quadrilha que atuava no tráfico de drogas e outras atividades, como controle de máquinas de caça-níquel, venda de botijões de gás, cesta básica, mototáxi, venda de cigarros e até o abastecimento de água.

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À época, descobriu-se que Elizete da Silva Lira, ex-mulher; a atual companheira de Beira-Mar Jacqueline da Costa; a sua sogra Edite de Moraes, a irmã do traficante Alessandra da Costa e dois filhos de Beira-Mar, Luan e Felipe da Costa eram assessores de vereadores da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias e davam expedientes esporadicamente no local. Atualmente, todos estão presos.

Durante a entrevista, o traficante foi perguntado como atua para conseguir infiltrar parantes na administração da cidade. Sem pestanejar, Beira-Mar foi enfático: "Não é proeza [colocá-los lá]. Se você é um candidato à deputado estadual, por Duque de Caxias, você vai procurar na comunidade que eu nasci e me criei. Para você entrar ali, os traficantes que estão lá, alguns, são meus amigos. A verdade é o seguinte: você só entra se tiver um conhecimento que te leve lá dentro", detalha o criminoso.

"Depois que você é eleito, você tem que manter aquilo, que é sua base de apoio (eleitoral). Como você mantém aquilo? Você escolhe uma pessoa da comunidade e dá um cargo para aquela pessoa", explicou detalhando como funciona a ligação entre o crime organizado e a política da principal cidade da Baixada Fluminense.

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Indagado se sente culpa de ter colocar os familiares no tráfico e, consequentemente, atrás das grades, Beira-Mar respondeu: "Essa é a maior culpa da minha vida. Tive 100% de culpa. Isso daí, foi um dos fatores preponderantes para eu mudar de vida. Não aguento mais ver a minha família sofrer por minha causa. Cheguei no meu limite", disse. 

Em nota, a Câmara Municipal de Duque de Caxias afirmou que "as nomeações de funcionários comissionados dos gabinetes ficam ao cargo de cada vereador e, por isso, desconhece relações e vínculos dos indicados". Ainda segundo o comunicado, "em 2017, quando apontado pelo Ministério Público o vínculo de funcionários com Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar , a Câmara prontamente exonerou a todos, de acordo com a determinação do MP". 

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