Companheira da vereadora Marielle Franco (Psol), a ativista Mônica Benício agradeceu publicamente, nesta terça-feira (12), pelo andamento das investigações a respeito da morte da parlamentar – crime que completa um ano na próxima quinta-feira (14). Porém, assim como a mãe de Marielle, Marinete Silva, Mônica alertou que, apesar das prisões desta madrugada, ainda é preciso saber quem está por trás do assassinato.
"Parabéns às promotoras e a todos os envolvidos. Espero poder ter acesso aos detalhes para que sinta segurança nesse resultado", disse Mônica, a respeito das prisões de dois homens suspeitos de envolvimento no crime. "Mas ainda falta a resposta mais urgente e necessária de todas: QUEM MANDOU MATAR Marielle Franco ? Espero não ter que aguardar mais um ano para saber", escreveu.
Hoje, uma operação conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Ronie Lessa, que é policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, que foi expulso da Polícia Militar. Lessa teria sido o autor dos disparos de arma de fogo e Elcio, o condutor do veículo usado na execução. De acordo com o MP, o crime foi planejado nos três meses que antecederam os assassinatos do caso Marielle .
"Uma vitória incompleta", diz mãe de Marielle Franco
Em entrevista à rádio CBN , a mãe de Marielle disse que soube da prisão dos dois suspeitos quando estava a caminho de um posto de saúde para fazer exames médicos. Marinete Silva se disse aliviada, mas declarou que também espera por uma resposta para a questão: quem mandou matar sua filha?
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“A dois dias de completar um ano da morte da minha filha é um alívio saber que a polícia prendeu os suspeitos. Hoje, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Já era tempo de termos uma resposta, mas ainda é preciso saber quem mandou matar. A resposta para esse crime está incompleta”, disse.
“Não deixa de ser uma vitória, mas é incompleta. Foi um ano de muita dor, de muito sofrimento. Mas a gente ainda tem esperança de saber o que realmente aconteceu", afirmou. "É lógico que aumenta muito a nossa dor saber que a morte da sua filha foi planejada. Isso torna tudo muito mais doloroso. Nunca perdi a esperança. Agora, precisamos saber o motivo dessa barbaridade toda”, disse Marinete.
Por sua vez, a irmã de Marielle, Anielle Franco , afirmou que espera que o País pare de passar "vergonha". "Tomara que, a partir de hoje, a gente consiga respirar e o Brasil pare de passar essa vergonha sem responder durante um ano um crime contra uma mulher que foi democraticamente eleita".
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Apesar de outros suspeitos terem sido apresentados anteriormente, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são os primeiros a serem formalmente denunciados e presos pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.