O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou, em palestra na Brazil Conference at Harvard and MIT, em Boston, nos Estados Unidos, que a política de segurança pública do estado vai muito além do confronto. Segundo ele, inclui a independência na atuação das polícias Civil e Militar, eliminando a interferência política que marcou a gestão fluminense nessa área nos últimos anos.
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“É evidente que ninguém quer a violência, ninguém quer os confrontos, e a segurança pública do estado não está baseada nisso. É muito mais ampla. Extinguimos a Secretaria de Segurança para dar independência às polícias”, afirma Witzel.
“A PM deve ter independência e as escolhas dos comandantes não podem ter interferência política, não podem ter indicação de quem quer que seja. É uma escolha técnica. O mesmo ocorre com a polícia judiciária, que precisa ser independente", continua.
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“Eu não introduzi os atiradores de elite nas forças de segurança do Rio . Isso existe em todas as polícias e eles são utilizados de forma a que num eventual confronto com a atividade criminosa, aquele que está portando um fuzil e está colocando em risco a sociedade como um todo, ele possa ser neutralizado com o uso de um atirador de elite”.
No entanto, ele diz que não é ele quem decide. “Quem decide é a polícia no momento em que ela está agindo para evitar um mal maior para a sociedade. Tudo isso de acordo com os protocolos que são utilizados em qualquer polícia no mundo inteiro. Se há um atirador de fuzil em qualquer do mundo ele vai ser neutralizado de forma fatal, porque ele é um risco iminente para a sociedade. Não é diferente no Rio de Janeiro”.
Ele destacou também a criação, pela Polícia Civil, no início do atual governo, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção, que já é referência nacional.
“O que nós fizemos na Polícia Civil foi dar independência e montamos, talvez, o que seja o maior departamento de combate à lavagem de dinheiro de uma polícia judiciária de estado. Essa polícia hoje está trabalhando na investigação daquilo que é a essência do que acontece com o crime organizado nas ruas, a irrigação financeira para o tráfico de armas e drogas”, acrescentou.
Wilson Witzel disse ainda que há mais duas premissas que são bases da atual política de segurança: a agilidade na resposta penal e um sistema penitenciário eficiente. “Na medida em que você tem um direito com penas razoavelmente duras, elas precisam ser aplicadas com seriedade. Além disso, é preciso ter penitenciárias que sejam capazes de reduzir a reincidência e de reintroduzir na sociedade aqueles que praticaram crimes e tiveram a oportunidade de estudar, de ser inserido na sociedade”.
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“A segurança pública impacta no desenvolvimento econômico dos estados, no desenvolvimento do turismo, na formação educacional e acaba se estendendo por todas as políticas públicas”, concluiu.
*Com informações da Agência Brasil