Discussão entre pessoas que protestavam contra e favor da ditadura acabou gerando briga na frente da FIESP, que recebia o vice-presidente Mourão
No dia do aniversário de 55 anos do golpe militar, manifestantes contra e favor da ditadura entraram em confronto na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. O conflito aconteceu em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) que recebeu o vice-presidente Hamilton Mourão para um evento.
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A confusão foi gravada por testemunhas e é possível ver que, após troca de ofensas, manifestantes que celebrava o aniversário do golpe militar e pessoas contrárias à ditadura entraram em conflito físico. Eles se atacam com bandeiras, vassouradas, jogam spray de pimenta uns nos outros e é um dos manifestantes ameaça os outros com um taser.
Confira o vídeo da confusão:
Militares celebram aniversário da ditadura 'em silêncio'
Apesar do ímpeto do governo federal para que a data fosse lembrada, as Forças Armadas optaram pela discrição na hora de relembrar o aniversário do golpe militar. Já conhecidos por serem a ala mais moderada no governo, os militares voltaram a colocar panos quentes em uma polêmica, já que o pedido do presidente para que fosse feitas as "devidas comemorações" causou irritação em boa parte da população.
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O Ministério da Defesa
informou, por meio de nota oficial, que não realizaria comemorações públicas no aniversário do golpe . Ao invés disso, eles realizaram programas internos e painéis para examinar os eventos que levaram à tomada do poder pelo militares no Brasil, o que aconteceu durante o regime e a importância do retorno à democracia em, que aconteceu apenas em 1985.
Nas redes sociais, o silêncio também imperou nas contas administradas por militares. Os perfis oficiais de Exército, Marinha e Força Aérea ignoraram completamente a datas. Em suas contas pessoais, militares de alta patente, em geral, também preferiram se calar sobre o aniversário.
Um dos únicos a lembrar a data, o General Ramos foi ao Twitter, mas fez questão de usar um tom celebratório. "Temos que ter a grandeza reconhecer o passado e tirarmos lições", escreveu, de uma maneira quase apologética sobre a ditadura .
Na última quarta-feira (27), o Ministério Público Federal enviou um documento para comandos militares de 18 estados recomendando a não comemoração sobre o golpe de 31 de março.
A ordem do presidente chegou a ser proibida por um juíza federal do Distrito Federal, mas a decisão foi anulada por uma desembargadora, que voltou a liberar as comemorações.
“Brigadas, grupamentos, comandos especiais, academias militares das forças armadas e outras unidades que integram Comandos Militares em todo o país devem se abster de promover ou tomar parte de qualquer manifestação pública, em ambiente militar ou fardado, em comemoração ou homenagem ao período de exceção instalado a partir do golpe de 31 de março de 1964”, dizia o comunicado.
Capitão do Exército reformado, Jair Bolsonaro construiu sua carreira política de deputado como grande defensor do golpe de 1964 . Em discursos no Plenário da Câmara, o então parlamentar chegou a pedir a volta da intervenção militar como solução aos problemas do Brasil.
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Considerado golpe militar pelos historiadores do Brasil e do mundo, a tomada de poder em 31 de março de 1964 destituiu o então presidente João Goulart, dando início a um período de 21 anos de ditadura militar.