Fátima Bezerra rebatizou prédio com nome de estudante morto durante a ditadura militar
Divulgação/Twitter - @fatimabezerra
Fátima Bezerra rebatizou prédio com nome de estudante morto durante a ditadura militar

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), renomeou o prédio da Casa do Estudante, em Natal, para homenagear um estudante morto durante a ditadura militar. O local deve passar a sediar a Secretaria de Estado de Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Diretos Humanos do estado, conforme prevê projeto enviado à Assembleia Legislativa.

O ato que alterou o nome do prédio para Emanuel Bezerra dos Santos, estudante de sociologia e militante do extinto Partido Comunista Revolucionário (PCR), foi assinado neste domingo (31), dia em que o golpe de 1964 que abriu caminho para a ditadura militar que perdurou até 1985 completa 55 anos .

Em discurso, Fátima Bezerra exaltou a biografia de Emanuel, que foi presidente da Casa do Estudante e morreu em 4 de setembro de 1973, aos 30 anos de idade. No laudo necroscópico de Emanuel, anexado aos arquivos da Comissão Nacional da Verdade, consta que Emanuel "foi morto durante tiroteio com órgãos de segurança em São Paulo".

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Segundo Fátima, no entanto, sua morte ocorreu nos porões do DOI-Codi (o Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna). 

"A proposição almeja homenagear o estudante Emanuel Bezerra dos Santos , torturado e assassinado pela ditadura militar em 4 de setembro de 1973, em São Paulo, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade", narrou a governadora, que apontou Emanuel como personalidade que "desempenhou papel de liderança no combate à ditadura".

"Ele foi morto sob tortura em dependências do DOI-Codi e foi enterrado como indigente no cemitério de Campo Grande, sendo que, em 1992, seus restos mortais foram exumados para sepultamento no dia 14 de junho de 2002, em sua terra natal. Esses são os motivos para a justa homenagem a essa personalidade potiguar que tanto contribuiu para o desenvolvimento do nosso querido Rio Grande do Norte", continuou Fátima.

Ao fim de seu discurso, a petista puxou um coro com as palavras de ordem "Emanuel, presente", "Democracia, presente" e "Ditadura nunca mais".

Essa última bravata tem sido repetida, desde as primeiras horas do dia, por milhares de brasileiros que se opõem ao golpe que depôs o presidente João Goulart para evitar uma suposta ditadura comunista no Brasil.

Os protestos repetidos nas ruas e nas redes sociais são também um ato de desagravo a determinação do presidente Jair Bolsonaro, que recomendou que as Forças Armadas realizassem hoje "devidas comemorações" aos 55 anos do início da ditadura militar .

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