Um mês depois da tragédia em Brumadinho, depoimento de gerente contraria versão anterior da diretoria
Ricardo Stuckert / Fotos Públicas
Um mês depois da tragédia em Brumadinho, depoimento de gerente contraria versão anterior da diretoria

Um dos gerentes da Vale afirmou em depoimento à Polícia Civil que a diretoria-executiva da empresa sabia dos riscos de rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Esta é a primeira vez que a alta cúpula da mineradora é mencionada como diretamente responsável em depoimentos.

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Segundo divulgado nesta terça-feira (26) pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo , o gerente em questão havia discutido com superiores sobre o decréscimo no nível de segurança da barragem. O nome do gerente que fez a afirmação sobre o rompimento em Brumadinho não foi divulgado.

A Vale ainda não se posicionou sobre o assunto.

No dia 12 de fevereiro,  executivos da Vale negaram em entrevista que a empresa sabia que a barragem apresentava possibilidades de rompimento. Na ocasião, eles falaram que os laudos periódicos apontavam estabilidade.

Logo após a tragédia, dois engenheiros que atestaram a segurança da barragem, além de três funcionários da Vale, foram presos, mas os cinco foram soltos logo em seguida. Mais tarde,  foram expedidos mandados de prisão contra outros oitos funcionários da empresa.

Na semana passada, seis pessoas foram ouvidas pelo Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais, incluindo os gerentes Joaquim Pedro de Toledo e Pedro Campanha, que foram presos.

O rompimento da barragem completou um mês ontem (25). Até agora, os corpos de 179 pessoas foram encontrados e identificados. Há outras 131 pessoas que continuam desaparecidas. Entre os mortos, 102 eram funcionários da Vale e os outros 77 eram moradores da comunidade ou trabalhadores de empresas terceirizadas. Entre os que ainda não foram encontrados, 29 eram contratados da Vale e outros 102 pertenciam ao segundo grupo.

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A barragem localizada próxima a Brumadinho , a 57 quilômetros de Belo Horizonte, rompeu-se por volta das 12h20 de sexta-feira, 25 de janeiro. Como em Mariana, em 2015, um mar de lama cobriu a área administrativa da Vale, o povoado, estradas e o rio. Como era hora do almoço, muitos funcionários estavam no restaurante que foi atingido pelos rejeitos.

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