Episódio aconteceu entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore, na Linha 1-Azul do Metrô de SP
Reprodução/Metrô SP
Episódio aconteceu entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore, na Linha 1-Azul do Metrô de SP

Vídeos registrados pelas câmeras de segurança do Metrô de SP mostram o momento exato em que um menino de apenas três anos de idade correu do colo da mãe, desceu sozinho de um vagão e morreu atropelado por um trem , na capital paulista, no dia 23 dezembro de 2018.  O episódio aconteceu entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore, na Linha 1-Azul .

Os vídeos do Metrô de SP e um laudo do  Instituto de Criminalística (IC) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica foram entregues à Polícia Civil e divulgados à imprensa nesta segunda-feira (11).

Como mostram as imagens, Luan Silva Oliveira estava acompanhado pela mãe, a dona de casa Lineia Oliveira Silva, 25 anos, pelo sogro dela, por uma irmã e o padrasto. Poucos segundos depois, no entanto, ele estava sozinho em plena plataforma.

Conforme registrado, Luan estava sentado, sob segurança, no colo da mãe quando o trem chegou à estação Santa Cruz. No entanto, antes da porta do vagão se fechar, uma mochila caiu à frente a Lineia, aparentemente devido à mudança de lugar de outra criança sentada próximo à família.

Lineia, para ajudar a erguer a mochila, apoia o próprio filho no chão, que se mostra inquieto para se desvencilhar dos braços da mãe. Nesse momento, Luan consegue se soltar da mãe e dispara em direção à porta do trem, saindo do vagão depois de já ter tocado a campainha que avisa o fechamento das portas.

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"Não deu tempo de impedir. Ele era uma criança muito agitada, não parava quieto”, disse Lineia à reportagem da Folha de S.Paulo . A mãe do menino afirma ainda que o viu gritando “mamãe, mamãe”, enquanto a composição deixava a plataforma. “Eu passei mal e caí. Todo mundo se desesperou”, conta.

De acordo com o advogado de Lineia, as imagens isentam a mãe do menino de culpa, visto que ela fez tudo o que podia para correr atrás do filho, que foi mais rápido. 

O laudo do Instituto de Criminalística com base nas imagens do circuito de Câmeras do Metrô de São Paulo demonstra que no acesso ao túnel do Metrô, onde Luan entrou, tem um diminuto portão, sem travamento, e que basta uma leve pressão para passar pelo local.

“Podemos concluir que o Metrô de São Paulo é um local de risco para crianças”, ressaltou a advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana).

Família de Luan viveu desespero no Metrô de SP

Luan estava no colo da mãe, dentro do trem, quando correu em direção à porta e saiu sozinho do vagão do Metrô de SP
REPRODUÇÃO/METRÔ DE SP
Luan estava no colo da mãe, dentro do trem, quando correu em direção à porta e saiu sozinho do vagão do Metrô de SP

Embora muitos dos passageiros tenham gritado pedindo para a composição parar, o trem seguiu viagem. Nas imagens, é possível ver o desespero de alguns passageiros. Somente na próxima estação, Praça da Árvore, que a família do garoto conseguiu descer e pedir a ajuda da segurança do local.

Ficou decidido, então, que a família retornaria à estação Santa Cruz , acompanhada pelos seguranças, no trem seguinte. Quando chegaram à estação em que o garoto desceu sozinho, porém, Luan não estava na plataforma.

"Eu avistei um trem parado e o pessoal indo com uma maca. Foi aí que eu me desabei. Subi para falar com ela [Lineia, mãe do menino]: 'eles encontraram o Luan, mas não encontraram ele bem'", explicou à TV Globo o padastro do menino, Edmilson.

O garoto foi encontrado nos trilhos, ainda com vida, a 200 metros da plataforma, no túnel em direção à Praça da Árvore. A suspeita da mãe da criança, de que Luan tenha corrido direto para o túnel por onde o trem foi embora, se confirmou com as imagens cedidas pelo Metrô.

"Como ele viu o trem partindo comigo, ele deve ter pensado ‘a minha mãe foi para esse lugar’, e foi atrás”, diz Lineia.

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O menino chegou a ser levado para o Hospital São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O Metrô de SP afirmou que vai seguir colaborando com as investigações. 

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