Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella diz ter usado verba de outras áreas em programas de prevenção
Fernando Frazão/Agência Brasil
Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella diz ter usado verba de outras áreas em programas de prevenção

Dados do Portal da Transparência da Prefeitura do Rio de Janeiro mostram que o prefeito Marcelo Crivella gastou bem menos do que o previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) no controle de enchentes e na contenção de encostas. Nos últimos dois anos, Crivella deixou de investir R$ 564 milhões nessa área.

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De um total de R$ 731 milhões que haviam sido aprovados pela câmara para esse tipo de gasto, a prefeitura só utilizou R$ 166 milhões, ou seja, apenas 22%. A prefeitura do Rio de Janeiro confirmou que não gastou a verba, mas afirmou que usou dinheiro de outras áreas em trabalhos de prevenção e disse que só em 2018 foram feitas obras em 40 encostas.

O dinheiro deveria ser investido em programas de prevenção que previam ações como ampliação do sistema de drenagem, obras em canais e lagoas que recebem a água da chuva e fiscalização e monitoramento permanente das áreas de encosta.

O Rio de Janeiro  foi atingido na noite de quarta-feira (6) por fortes chuvas que causaram a morte de seis pessoas. A cidade foi tomada por enchentes , deslizamentos de terras, queda de árvores e bloqueios de vias. De acordo com o prefeito, as áreas mais afetadas foram a Rocinha, o Vidigal e a Barra.

Depois da tragédia, Marcelo Crivella admitiu não ter conseguido preservar a vida da população e decretou luto oficial de três dias . Ele disse que a situação é inédita e que os estragos poderiam ter sido maiores não fosse pelo mutirão de limpeza de bueiros realizado há três meses.

O governo do Rio defende que não havia como prever tamanha tragédia. Por outro lado, instituições como Climatempo, Cptec/Inpe e Inmet avisavam desde terça-feira (5) o risco de chuvas fortes atingirem o Rio no dia seguinte.

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Além disso, outras falhas podem ter contribuído para complicar ainda mais a situação. A prefeitura só decretou alerta máximo às 22h15, quando já chovia forte há duas horas e o caos já estava instalado. Um dos radares que a prefeitura do Rio de Janeiro usa para monitorar o clima está inoperante e o sistema de sirenes que alerta moradores sobre a necessidade de deixar áreas de risco não funcionou como deveria.


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