Dados do Portal da Transparência da Prefeitura do Rio de Janeiro mostram que o prefeito Marcelo Crivella gastou bem menos do que o previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) no controle de enchentes e na contenção de encostas. Nos últimos dois anos, Crivella deixou de investir R$ 564 milhões nessa área.
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De um total de R$ 731 milhões que haviam sido aprovados pela câmara para esse tipo de gasto, a prefeitura só utilizou R$ 166 milhões, ou seja, apenas 22%. A prefeitura do Rio de Janeiro confirmou que não gastou a verba, mas afirmou que usou dinheiro de outras áreas em trabalhos de prevenção e disse que só em 2018 foram feitas obras em 40 encostas.
O dinheiro deveria ser investido em programas de prevenção que previam ações como ampliação do sistema de drenagem, obras em canais e lagoas que recebem a água da chuva e fiscalização e monitoramento permanente das áreas de encosta.
O Rio de Janeiro foi atingido na noite de quarta-feira (6) por fortes chuvas que causaram a morte de seis pessoas. A cidade foi tomada por enchentes , deslizamentos de terras, queda de árvores e bloqueios de vias. De acordo com o prefeito, as áreas mais afetadas foram a Rocinha, o Vidigal e a Barra.
Depois da tragédia, Marcelo Crivella admitiu não ter conseguido preservar a vida da população e decretou luto oficial de três dias . Ele disse que a situação é inédita e que os estragos poderiam ter sido maiores não fosse pelo mutirão de limpeza de bueiros realizado há três meses.
O governo do Rio defende que não havia como prever tamanha tragédia. Por outro lado, instituições como Climatempo, Cptec/Inpe e Inmet avisavam desde terça-feira (5) o risco de chuvas fortes atingirem o Rio no dia seguinte.
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Além disso, outras falhas podem ter contribuído para complicar ainda mais a situação. A prefeitura só decretou alerta máximo às 22h15, quando já chovia forte há duas horas e o caos já estava instalado. Um dos radares que a prefeitura do Rio de Janeiro usa para monitorar o clima está inoperante e o sistema de sirenes que alerta moradores sobre a necessidade de deixar áreas de risco não funcionou como deveria.