O chefe da Defesa Civil de Minas Gerais, coronel Evandro Geraldo Borges, confirmou em coletiva de impresa na tarde desta terça-feira (29), que um dos helicópteros que cortam o céu de Brumadinho – auxiliando nas operações de busca após o rompimento da barragem da Vale no local – está responsável por sacrificar a tiros animais ilhados, presos na lama ou feridos.
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"O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção", afirmou o coronel. Segundo ele, os animais vítimas da tragédia em Brumadinho
estão sendo amplamente resgatados quando possível, mas sacrificados "em último caso".
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo , um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) faz voos rasantes em uma área devastada do Córrego do Feijão, numa região isolada e mais próxima da barragem de rejeitos, com um agente armado com fuzil. Segundo a reportagem, ele mira e dispara, de dentro do helicóptero, locais onde enxerga animais em Brumadinho .
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A decisão de sacrificar os animais, segundo Borges e também de acordo com o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, tem sido tomada a partir da avaliação de vários veterinários. Ainda de acordo com eles, o procedimento é parte do protocolo de resgate em regiões e em casos como esses. Não há um levantamento sobre o número de animais abatidos.
Em geral, os animais são resgatados e enviados a duas fazendas próximas da região, onde são tratados por veterinários, até serem reencaminhados às famílias às quais pertencem. Aqueles que não puderem ser resgatados no momento em que são localizados, devido a dificuldades específicas, estão sendo alimentados no local e tratados como possível. Somente em último caso, termina-se em animais abatidos
.
De acordo com a reportagem do jornal, animais foram sacrificados ontem em uma área próxima do local onde mais de 20 brigadistas tentavam abrir um ônibus coberto pela lama, com vítimas dentro. Cerca de mais de 20 tiros de fuzil foram disparados.
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“Não tem jeito. Tem animal preso, outro com perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atrás de sobreviventes. Tudo que está sendo feito foi pensado. É isso”, declarou o o coronel Borges, porta-voz da Defesa Civil no resgate em Brumadinho .