A Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, e a residência de João Teixeira de Faria, o João de Deus, foram alvo, nesta sexta-feira (21), de novas buscas feitas pela Polícia Civil de Goiás. Pedras preciosas, medicamentos e dinheiro foram apreendidos no local onde o médium teria cometido abusos contra mulheres.
De acordo com a polícia, uma equipe está fazendo uma perícia complementar no local com apoio da Vigilância Sanitária e do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Na quarta-feira (20), a Polícia Civil de Goiás indiciou o médium por crime de violação sexual mediante fraude cometida contra uma mulher de 39 anos que buscou atendimento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola. João de Deus nega o crime, mas a suposta vítima afirma que o abuso sexual aconteceu em 24 de outubro deste ano passado.
A promotora Gabriella de Queiroz Clementino não revelou se as equipes estão atrás de algum material específico, mas citou o que já foi apreendido. “Já apreendemos documentos, pedras, a Polícia Científica acompanhou e produziu laudos complementares. A Vigilância Sanitária também acompanhou porque já tinha essa demanda porque havia comércio de medicamentos no local. Eles apreenderam alguns instrumentos cirúrgicos, mas ainda não temos um laudo”, afirmou.
Nesta quinta-feira (21), o presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), o ministro Dias Toffoli, deve decidir se acata ou não o último pedido de liberdade impetrado pela defesa do médium . Ele está preso preventivamente há cinco dias, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, suspeito de crimes sexuais.
Ontem, Toffoli pediu informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) antes de decidir sobre o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça de Goiás com base em 15 denúncias já formalizadas em Goiânia.
No último dia 19, o ministro Nefi Cordeiro, do STJ, negou seguimento a um primeiro pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado Alberto Toron, que representa o médium . Em sua decisão, Cordeiro argumentou supressão de instâncias, uma vez que um pedido de liberdade ainda está pendente de julgamento na primeira instância. Por sua vez, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) negou uma liminar para soltar João de Deus , mas ainda não julgou o mérito do habeas corpus impetrado na primeira instância.