O atirador Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, que matou cinco pessoas e suicidou-se na Catedral de Campinas, no dia 11 de dezembro, premeditava a chacina desde 2008. A informação foi divulgada pela Polícia Civil, em Campinas, nesta sexta-feira (21), que afirmou que os planos constam no diário e no gravador de voz apreendidos pelos policiais na casa do atirador, após o crime.
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O delegado do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter-2), José Henrique Ventura, e o delegado responsável pelo caso, Hamilton Caviolla, também apresentarem imagens do atirador fazendo pose com a pistola 9 mm, utilizada no crime, e aúdios em que ele indicava que cometeria o crime.
Os policias também informaram que não há indícios de que outra pessoa tenha ajudado ou planejado o crime com Euler Grandolpho , uma informação que descarta uma das hipóteses iniciais da Polícia. A Polícia suspeita que ele tinha transtornos mentais já que, segundo relatos feitos pelo próprio atirador, ele se sentia perseguido pelo "Estado".
"Qualquer pessoa que tem o mínimo de consciência faria o que eu vou fazer. Não tenho dúvidas disso. É lamentável chegar a essa conclusão, mas é o que vai acontecer. Eu garanto que minha alma vai ficar em paz", disse Euler em um áudio registrado em seu gravador de voz e divulgado pela Polícia Civil .
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No diário, o autor do ataque em Campinas chegou a fazer referências a outros dois massacres ocorridos no Brasil recentemente. Um deles em Fortaleza, no Ceará, em janeiro desse ano e outro em Realengo, no Rio de Janeiro, em abril de 2011.
"Passei com meu cão em frente uma construção ao lado de uma casa q os moradores tem uma veterinária e uma deles gritou com 'as paredes': 'e aí Ceará', sobre o massacre ocorrido dias atrás. Ok. Hj, 31/01/18 passei por lá e falei alto com o celular desligado na orelha E AÍ REALENGO", escreveu Euler , em clara referência à chacina em 27 de janeiro em uma casa de show de Fortaleza onde 14 pessoas foram assassinadas.
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Euler Grandolpho era analista de sistemas, mas na ficha de identificação civil dele consta que ele era publicitário. O atirador de Campinas não tinha antecedentes criminais, mas já tinha registrados dois boletins de ocorrência por perseguição e injúria.