Atirador de Campinas citou outros massacres em diário aprendido pela Polícia Civil em seu quarto
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Atirador de Campinas citou outros massacres em diário aprendido pela Polícia Civil em seu quarto

A Polícia Civil apreendeu objetos pessoais do atirador Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, responsável por matar quatro pessoas e ferir outras quatro antes de cometer suicídio na catedral de Campinas na tarde de terça-feira (11), como parte da investigação para tentar encontrar as motivações pelo atentado. Além de um tablet, dois gravadores, dois computadores e outros objetos pessoais, os policiais encontraram anotações em forma de diário.

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Nessas anotações, o atirador faz referências a outros dois massacres ocorridos no Brasil recentemente. Um deles em Fortaleza, no Ceará , em janeiro desse ano e outro em Realengo , no Rio de Janeiro, em abril de 2011.

"Passei com meu cão em frente uma construção ao lado de uma casa q os moradores tem uma veterinária e uma deles gritou com 'as paredes': 'e aí Ceará', sobre o massacre ocorrido dias atrás. Ok. Hj, 31/01/18 passei por lá e falei alto com o celular desligado na orelha E AÍ REALENGO", escreveu Euler Grandolpho, em clara referência à chacina em 27 de janeiro em uma casa de show de Fortaleza onde 14 pessoas foram assassinadas.

O crime ainda segue sendo investigado , mas provavelmente foi fruto da disputa por territórios entre três organizações criminosas que reivindicavam o controle do tráfico de drogas em Fortaleza, sendo elas o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e o Guardiões do Estado (GDE).

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Já o segundo crime citado "como resposta" pelo atirador ficou conhecido como massacre de Realengo , quando 12 crianças foram mortas e outras 11 ficaram feridas na Escola Municipal Tasso Silveira, na zona Oeste do Rio de Janeiro, em 2011. O atirador era o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, que invadiu duas salas do 8º ano atirando com dois revólveres.

No material apreendido e entregue ao delegado Rui Pegolo para análise da Polícia Civil no setor de Homicídios de Campinas, também há trechos de um relato em que o atirador descreve uma possível perseguição: "170 km/h foi condenado a 9,5 anos, qual será a pena p/ os viados q estão 'ouvindo minha casa', me perseguindo etc, etc, etc... há + de 10 anos?  Uma viagem pelo mediterrâneo com direito a acompanhante com tudo pago ?????"

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Na véspera, o delegado José Henrique Ventura disse que já tinha sido apurado pela Polícia Civil que Euler chegou a fazer tratamento de depressão e que a família temia que ele pudesse "cometer suicídio". O atirador morava com o pai, em Valinhos, cidade próxima a Campinas, não trabalhava desde 2015 e tinha, de acordo com ele, um "perfil estranho".

Euler Grandolpho era analista de sistemas, mas na ficha de identificação civil dele consta que ele era publicitário. O atirador de Campinas não tinha antecedentes criminais, mas já tinha registrados dois boletins de ocorrência por perseguição e injúria. As datas não foram confirmadas.

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Além disso, de acordo com o delegado, os investigadores anteciparam ainda ontem que o atirador se sentia perseguido e chegava a anotar placas de carros e outras informações sobre supostos perseguidores. "Ele tinha um perfil de se sentir perseguido. Chegou a registrar boletins de ocorrência e segundo consta, até em função desse perfil, que poderia vir de uma depressão, ele fez uma consulta no CAPS que é um centro de apoio psicossocial para tratar disso", afirmou o delegado na ocasião.

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