João de Deus recebeu mandato de prisão preventiva na última sexta-feira (14), mas só se entregou neste domingo (16) quando afirmou estar se entregando
Cesar Itiberê/ Fotos Públicas
João de Deus recebeu mandato de prisão preventiva na última sexta-feira (14), mas só se entregou neste domingo (16) quando afirmou estar se entregando "à justiça divina e à Justiça da Terra", conforme "prometido"

O médium João de Deus afirmou estar se entregando "à justiça divina e à Justiça da Terra" momentos antes de ser preso em Abadiânia, cidade na região central de Goiás, por volta das 16h30 deste domingo (16). A declaração foi dada à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo , segundos antes de entrar no carro de seu advogado, Alberto Toron, para comparecer ao ponto de encontro marcado com a polícia, na encruzilhada de uma estrada de terra, às margens da BR 060.

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No vídeo, é possível ver João de Deus "explicando" porque demorou para se entregar e entrando no carro de seu advogado. Veja:

Instantes depois, um outro vídeo gravado e divulgado pela jornalista Mônica Bergamo, é possível ver o momento exato em que João de Deus se entrega à Polícia. Nesse instante, podemos notar que o médium de 76 anos acusado de abuso sexual chega a passar mal, que a Polícia de Goiás usou carros à paisana e que não foram utilizadas algemas:

A partir desse momento, ele foi conduzido à Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, capital do estado, onde chegou por volta das 18h. Lá ele deverá prestar depoimento e passar por exame de corpo de delito. Ainda não há uma definição sobre onde ele cumprirá a prisão preventiva .

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Entenda o caso João de Deus

João de Deus é acusado por mais de 330 mulheres de sete países de ter cometido abuso sexual contra elas durante atendimentos espirituais
Marcelo Camargo/ABr
João de Deus é acusado por mais de 330 mulheres de sete países de ter cometido abuso sexual contra elas durante atendimentos espirituais

O médium João Teixeira de Faria, de 76 anos, conhecido como João de Deus, teve sua prisão preventiva pedida pelo Ministério Público de Goiás e pela Polícia Civil de Goiás na última quarta-feira (12) depois que as autoridades receberam mais de  330 denúncias de mulheres que se diziam vítimas de abuso sexual durante atendimentos espirituais realizado por ele na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

O pedido, no entanto, só foi atendido pelo juiz Fernando Augusto Chacha de Rezende, na última sexta-feira (14), quando a prisão preventiva foi decretada e os oficiais Polícia Civil começaram as buscas pelo médium. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, os policiais estiveram em mais de 30 endereços entre Goiânia, Anápolis e Abadiânia, mas não encontraram o líder espiritual.

O próprio delegado-geral, portanto, deu até às 14h de sábado (15) para que João de Deus se entregasse voluntariamente à Justiça, o que não aconteceu. Dessa forma, o Ministério Público de Goiás passou a considerar o médium um foragido da Justiça e chegou a enviar seu nome para a Interpol, a polícia internacional, com receio de que ele pudesse tentar sair do País, sobretudo depois que foi confirmado que ele realizou o saque de mais de R$ 35 milhões de suas contas pessoais .

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A Polícia Civil, no entanto, não considerou João de Deus foragido porque os advogados de defesa do líder espiritual seguiram conversando com os policiais e negociando os termos de sua rendição que só ocorreu por volta das 16h30 desta quarta-feira. A prisão que o médium acusado de cometer abuso sexual começa a cumprir agora é preventiva – ou seja, não tem prazo para terminar.

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