Engenheiros da prefeitura de São Paulo pretendem usar macados hidráulicos para tentar reerguer o viaduto que cedeu na última quinta-feira (15) na Marginal Pinheiros, Zona Oeste da capital. Os especialistas explicaram que, para isso, dez estacas serão instaladas entre a estrutura de concreto e o solo para da sustentação suficiente aos equipamentos.
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A ideia é que os macados hidráulicos possam elevar o viaduto até o patamar normal de antes do acidente que criou um degrua de 2 metros de altura na pista. Até o momento, os engenheiros avaliavam a melhor alternativa.
A elevação da estrutura de 550 toneladas por macacos hidráulicos , semelhantes aos utilizados para suspender carros e fazer a troca de pneus, será feita após dar "andamento à escavação da estaca prova, que vai dizer que profundidade vamos ter de fundação para fazer com que a gente construa o bloco, onde vamos posicionar o macaco para alinhar e aliviar a estrutura”, disse.
Em paralelo, funcionários também abrirão um buraco na estrutura para avaliar as condições materiais do concreto do viaduto.
Antes mesmo disso, os técnicos presentes no local já chegaram a instalar grades que estão servindo como escoramento em 120 metros de extensão do viaduto. Falta ainda escorar outros 80 metros.
A medida foi considerada urgente depois que o viaduto chegou a ceder mais 1 centrímetro do lado direito e 1,2 centímetro do lado esquerdo na madrugada da última quinta-feira (15). Segundo o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras da Prefeitura de São Paulo, Vitor Aly, a variação, apesar de pequena, é preocupante e alerta a cidade para um maior risco de tombamento da estrutura.
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Na ocasião, Aly disse que o motivo para o viaduto ceder mais um pouco foi a mudança de temperatura na cidade. "Nós tivemos uma variação de temperatura e, como era esperado, e a estrutura é projetada para isso, houve uma movimentação", afirmou.
Passados três dias e realizados alguns testes, o trânsito de trens da Linha 9 Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) voltaram a circular no local, mas com velocidade reduzida de 60 km/h para 20 km/h para evitar que a trepidação causada pelos vagões e pelos trilhos possa acarretar mais desgate na estrutura.
A preocupação, no entanto, é para quarta-feira (21) quando o feriadão chega ao fim e o trânsito de veículos pelo local deve crescer bastante. Sobre isso, o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, João Octaviano Machado Neto, informou que as vias de acesso à Rodovia Presidente Castelo Branco, na altura do Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pinheiros, já foram abertas.
Além disso, “outras obras vão ser feitas nos próximos dias para aumentar a capacidade de interação entre a pista expressa que está fechada e a pista local, para evitar que haja o efeito funil na pista expressa”, explicou.
Octaviano disse que não há previsão de liberação total da via. Equipes da prefeitura ainda estão fazendo medições para a desinterdição parcial de alguns trechos, com abertura de canteiros entre as pistas, medidas que melhoram a conexão entre a via expressa e a local. “Isso tudo está sendo estudado para evitar que as pessoas fiquem represadas na pista expressa”, disse.
Por fim, a prefeitura anunciou que manterá a liberação do rodízio municipal de veículos na Marginal Pinheiros , até que haja liberação total da pista . A circulação de todos os veículos será liberada no sentido Castelo Branco, entre a Avenida dos Bandeirantes e a Ponte dos Remédios.
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Levy também informou que o trecho da Linha 9-Esmeralda em que os trens devem reduzir a velociadade vai ganhar sinalização e radar para que os operadores respeitem a restrição e evitem que a trepidação provocada pelo peso dos vagões acarretem em novos danos no viaduto .