Venezuelanos foram levados de ônibus fretados pelo governo de Nicolás Maduro
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Venezuelanos foram levados de ônibus fretados pelo governo de Nicolás Maduro

Cerca de 100 venezuelanos deixaram a capital de Roraima na manhã deste sábado (8). O grupo decidiu voltar ao seu país natal de ônibus, depois que um brasileiro e um venezuelano foram assassinados durante uma confusão nas proximidades de um abrigo para refugiados na última quinta-feira (6).

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Sem conceder entrevista à imprensa, representantes do Consulado da Venezuela em Roraima estavam presentes durante a repatriação dos venezuelanos , que foram em ônibus fretados pelo governo Maduro.

Os refugiados que decidiram ficar no Brasil afirmam que o clima continua tenso em relação à convivência social com os brasileiros e todos temem novos conflitos na região.

Alguns imigrantes relataram que, na sexta-feira (7), após as mortes, dois homens em uma moto atiraram contra o acampamento nos arredores do abrigo no bairro Jardim Floresta, na zona Oeste de Boa Vista, mas ninguém se feriu. Segundo a Polícia Militar, no entanto, não houve nenhum chamado registrando a ocorrência.

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Na noite de quinta-feira (6), duas pessoas morreram na capital de Roraima após uma confusão que teria sido causada por conta de um furto em um mercado no Jardim Floresta.

De acordo com a Polícia Militar, o brasileiro foi identificado como Manoel Siqueira de Sousa, de 35 anos, e o venezuelano se chamava Jose Rodrigues, de 21 anos. A confusão ocorreu por volta das 18h53, próximo a uma comunidade onde vivem aproximadamente 300 imigrantes.

A PM informou que uma sobrinha de Manoel relatou que o tio estava no mercado quando viu um trio de refugiados furtando o local. Ao tentar evitar a situação, os imigrantes fugiram e um grupo de brasileiros foi atrás.

Segundo o relato, Manoel teria alcançado Jose e se distanciado um pouco do grupo de brasileiros. Nesse momento, o venezuelano golpeou o brasileiro no pescoço com uma faca. Jose teria tentado fugir, mas acabou sendo linchado pelos brasileiros.

Manoel chegou a ser levado ao Pronto Socorro Francisco Elesbão, as não resistiu. Ele era pintor e morava em uma rua próxima ao mercado.

Já o venezuelano foi atingido com pauladas na cabeça. Ao chegar no local onde ele estava, a PM constatou que o homem estava “deitado no solo, com sinais vitais inexistentes”. A morte foi atestada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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O relatório da PM a respeito do incidente foi registrado na Delegacia Geral de Homicídios. O corpo do venezuelano foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). O do brasileiro foi levado do hospital ao Instituto. A Força Nacional também esteve no local durante a confusão. Além disso, duas viaturas com os agentes fizeram patrulhamento nos arredores da favela durante a noite.

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