Em entrevista à Rádio Jornal , de Pernambuco, nesta quarta-feira (29), o presidente Michel Temer (MDB) declarou que o governo federal pensa em limitar a entrada de venezuelanos em Roraima com o uso de senhas.
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“[Hoje] Entram 700 pessoas por dia. Pensamos em colocar senha para entrar 100, 200 pessoas por dia e organizar essas entradas”, disse Michel Temer .
Também nesta manhã, foi publicado no Diário Oficial da União o decreto presidencial que autoriza o emprego das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima.
A autorização vale para algumas áreas específicas, no caso, as faixas de fronteira Norte e Leste, além das rodovias federais, entre os dias 29 de agosto e 12 de setembro.
O decreto foi anunciado na terça-feira (28) pelo presidente Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto. Na ocasião, Temer disse que a medida é para dar segurança aos brasileiros que vivem em Roraima e também aos venezuelanos que entram no Brasil pelo estado, fugindo da crise no país vizinho.
Durante a entrevista, o emedebista afirmou que “as coisas estavam caminhando em um ritmo desagradável entre o povo venezuelano e brasileiro”, referindo-se aos ataques de duas semanas atrás a barracas de venezuelanos em Pacaraima.
Em sua conta no Twitter, Temer afirmou que tomou a decisão para “complementar as ações humanitárias que o governo federal promove há vários meses em Pacaraima e Boa Vista”. “Já oferecemos atendimento médico e assistência social. O governo promove também o processo de interiorização para minimizar os impactos do desastre humanitário causado pelo governo da Venezuela”, escreveu ele.
Caberá ao Ministério da Defesa definir a alocação dos meios disponíveis para o emprego das Forças Armadas. Na cerimônia de ontem, o ministro da Defesa, general Silva e Luna, disse que não houve pedido da governadora do estado, Suely Campos, para edição desse decreto, que poderá ter seu período de validade ampliado, caso seja do interesse do poder público.
O efetivo utilizado será aquele que já atua na região, da Primeira Brigada da Infantaria de Selva, lotada em Boa Vista. O emprego militar se dará em um perímetro que engloba as cidades de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela, e Boa Vista, que têm acolhido os migrantes.
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Ministro de Michel Temer reconhece crise no estado
De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, a GLO é para conter a crise no estado, e não para impedir a entrada de venezuelanos.
Ainda segundo o ministro, dos 600 a 700 venezuelanos que entram diariamente pela fronteira, cerca de 20% a 30% permanecem no país.
Em Boa Vista, ainda vivem nas ruas cerca de dois mil venezuelanos e outros seis mil estão em abrigos no estado. A Polícia Federal estima que entraram no país quase 130 mil venezuelanos, de 2017 até junho deste ano. Desses, cerca de 60% já deixaram o território brasileiro. Os dados atualizados de ingresso de venezuelanos no país devem sair nos próximos dias.
Na semana passada, moradores de Pacaraima expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos e atearam fogo a seus pertences, em um protesto contra a presença deles na cidade.
O motivo do conflito, lembrado por Michel Temer em sua declaração, foi o assalto, seguido de espancamento, sofrido por um comerciante local, supostamente cometido por quatro venezuelanos, o que provocou a revolta dos moradores da cidade.
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*Com informações da Agência Brasil