Tatiana Araújo completou um ano de solteira e decidiu comemorar data com as amigas com uma festa em sua residência
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Tatiana Araújo completou um ano de solteira e decidiu comemorar data com as amigas com uma festa em sua residência

Depois de completar um ano de solteira, Tatiana Araújo, de 32 anos, resolveu usar a data para comemorar o fim do relacionamento que durou 18 anos. A carioca pensou em todos os detalhes da festa: decoração, bolo, doces e convidados. No dia, ela recebeu as amigas em sua casa e gravou um vídeo que viralizou nas redes sociais.

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Em entrevista a reportagem do iG , Taty, como é chamada pelos amigos e familiares, contou que filmou um pouco da festa e também um discurso feito por ela no evento, para se lembrar de todos os obstáculos que superou para se sentir feliz e não voltar para um relacionamento abusivo, como fez anteriormente. Entretanto, após o evento, ela foi surpreendida pelo ex-marido Egneudo Rodrigues,  de 41 anos, que ficou sabendo da comemoração e invadiu sua casa, na zona Norte do Rio de Janeiro, para agredi-la.

A carioca relatou que o ex-marido entrou na casa de forma violenta e a atacou com socos e pontapés. Após as agressões, a mulher foi até um posto de saúde local para cuidar dos ferimentos expostos no braço, sendo orientada pelos funcionários do hospital a recorrer às autoridades para fazer um boletim de ocorrência (B.O).  

“Eu acredito que ele veio me agredir por não aceitar o fato de eu estar feliz sozinha. Acho que isso o incomodou. Como nosso relacionamento era instável e dessa vez eu não pedi para voltar, ele não reagiu bem, não aceitou saber que a comemoração era para mostrar que eu estava feliz. Na verdade, acho que ele tinha esperança de que eu me arrependesse e voltasse atrás, até porque temos duas filhas juntos. Como a repercussão do vídeo foi grande, e eu ganhei certa fama, ele ficou ainda mais furioso”, disse.

Ida à delegacia e ideia de fazer uma festa para o fim do relacionamento

Depois de realizar a festa, Tatiana foi agredida pelo ex-marido Egneudo Rodrigues e teve dificuldades em denunciar
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Depois de realizar a festa, Tatiana foi agredida pelo ex-marido Egneudo Rodrigues e teve dificuldades em denunciar

Tatiana alegou que foi em três delegacias diferentes até que conseguisse denunciar o ex-marido. A vítima afirmou que na terceira unidade policial que recorreu, foi atendida por um funcionário que a sugeriu “pensar melhor antes de prestar queixa, por se tratar do pai das filhas dela”.

Segundo a carioca, depois de questioná-la sobre a execução da queixa, o homem não realizou o registro, e pediu para que ela “voltasse para a casa para repensar o que estava prestes a fazer”.

Tatiana destacou que procedimento para a realização do B.O foi cansativo, pois além das recusas, precisou se deslocar para unidades diferentes até que fosse encaminhada para uma Delegacia de Atendimento a  mulher (DEAM) em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

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Ela informou que, chegando ao local, foi atendida por uma mulher que enfatizou a importância de conhecer as leis, uma vez que “se a vítima soubesse seus direitos não passaria por aquele tipo de situação nas demais delegacias”.

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“Eu tive muita dificuldade para prestar queixa. Fui em três delegacias diferentes e ficavam me ‘empurrando’ para outros lugares. Por volta das 14h, sai do posto de saúde e fui direto para a primeira delegacia. Eu achei um absurdo, porque na última unidade policial que fui, me falaram que eu devia pensar melhor antes de mandar o pai das minhas filhas para a cadeia", conta.

"Rebati dizendo que ele poderia ser preso e eu poderia ser morta, e então quem se arrependeria? Eu também sou mãe, isso não justifica nada. Eu não consegui fazer o B.O, e tive que voltar para a casa. Depois disso tudo, me encaminharam para a delegacia da mulher por volta das 22h, e lá fizeram a ocorrência e direcionaram o caso para a delegacia da área onde resido. Eu fiquei o dia todo tentando, foi muito desgastante. Agora entendo porque tantas mulheres desistem. É muita burocracia”.

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Vítima afirmou que ex se irritou ao saber da festa

Taty assegurou que mesmo depois do ocorrido, continua achando importante ter compartilhado sua ideia de fazer a comemoração, que surgiu justamente diante das dificuldades em se manter afastada do ex-marido , e por querer ultrapassar os cinco meses que havia ficado sem manter contato com ele.

A carioca afirmou que foi tudo muito inusitado, e que as amigas não acreditavam que ela faria uma celebração para tal ocasião.

“A ideia de comemorar um ano de separação foi por conta do problema de me manter distante dele. Vivíamos entre idas e vindas. Ou eu ia atrás dele para que pudéssemos voltar, ou ele me procurava e eu acabava perdoando. Depois que descobrir que ele tinha uma amante, resolvi colocar um ponto final em nossa relação, e como percebi que estava superando as dificuldades, quis comemorar”.

Taty acrescentou que as amigas só perceberam que ela falava a verdade sobre a comemoração após adentrarem a casa e encontrarem o espaço decorado. “Minhas amigas achavam que era loucura. Quando chegou o dia da festa, elas ficaram em choque. Algumas eu avisei com antecedência, outras chamei somente na data avisando que faria um bolo. Elas ficaram desacreditadas, acho que por causa da temática que lembrava um velório, do bolo, dos detalhes. Acharam uma atitude bem doida”.

Em relação à repercussão do caso, a mulher diz ter se surpreendido, mas ficado feliz por ter compartilhado a ideia e atingido tantas mulheres que se encontram na mesma situação em que ela estava.

“Fiquei assustada, mas percebi que eu fiz o que muitas queriam ter feito. As mulheres que comentaram receberam muito bem essa ideia, como se fosse uma mensagem que as ajudaram a refletir sobre as dificuldades que enfrentam em sair de um relacionamento”, pontuou.

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Procurados pelo iG , a Polícia Civil do Rio de Janeiro comunicou que o caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) do Centro, e que os oficiais permanecem investigando as informações acerca do caso. Medidas protetivas deverão ser definidas após o término da apuração policial. 

A vítima concluiu que diante do ocorrido, considera ter feito a festa como um ato importante, por ter recuperarado o amor próprio e se afastado de uma relação que “a deixava triste, estressada, insegura, com medo e tirava seu bem-estar”.

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