Refugiados venezuelanos foram alvo de agressão em Roraima
Ibama
Refugiados venezuelanos foram alvo de agressão em Roraima

Um grupo de brasileiros armados com bombas caseiras e pedaços de paus se reuniram, na cidade de Pacaraima, em Roraima, para agredir os refugiados venezuelanos acampados nas ruas da cidade.

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As tendas dos refugiados venezuelanos foram incendiadas com álcool, e os protestantes lançaram bombas em direção ao acampamento. Centenas de imigrantes se encontravam na região. Até o momento não há informações sobre feridos ou vítimas fatais – a prefeitura da cidade se limitou a dizer que três pessoas foram alvejadas por balas de borracha da polícia.

O que desaguou nesse ato de violência começou, na manhã deste sábado (18), como uma manifestação contra a entrada de venezuelanos no país. O que motivou os manifestantes, diz o jornal Folha de S.Paulo , foi o assalto de um comerciante local que, alegam os brasileiros, foi vítima de um grupo de imigrantes.

Raimundo Nonato, que sofreu o assalto na véspera das agressões deste sábado, está internado em um hospital com traumatismo craniano, informa a Folha .

Imagens da TV Globo mostram o momento exato em que os manifestantes partem para a agressão. “Se o governo não faz nada, faremos nós. Fora, venezuelanos!”, diz um dos agressores .

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Refugiados venezuelanos vivem vidas precárias no Brasil

Refugiados venezuelanos buscam emprego em Roraima
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Refugiados venezuelanos buscam emprego em Roraima

Não só o recente caso de agressão representa um risco à vida dos venezuelanos em Roraima. Trabalho análogo ao de escravo, discriminação salarial em função da origem, mendicância de crianças em semáforos, relatos de abuso sexual de mulheres contratadas para trabalhar como domésticas e prostituição são outros dos problemas pelos quais os imigrantes estão passando em Roraima.

Uma denúncia sobre as violações dos direitos humanos foi feita em fevereiro pela procuradora do Trabalho da 11ª Região no Estado de Roraima, Priscila Moreto, em uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Priscila defendeu a busca por soluções para a crise migratória no estado, destacando que a saída não pode ser o bloqueio à entrada dos cidadãos no País, já que isso contraria a nossa Constituição. 

“É impossível o fechamento da fronteira. É constatado que o ingresso refugiados venezuelanos não traz só prejuízos, mas méritos à economia local, com o acréscimo de mão de obra. Mais de 70% dos migrantes vivem em casas alugadas, essas pessoas consomem alimentos e pagam seus aluguéis”, disse.

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