A Polícia Civil de São Paulo apontou que a facção criminosa PCC pratica “um verdadeiro genocídio” no País na guerra contra grupos rivais pelo comando do tráfico de drogas em território nacional. O documento produzido por delegados revela informações sobre o material recolhido em aparelhos eletrônicos de membros da facção. As informações são da Folha de S. Paulo.
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No relatório, a polícia paulista traz a classificação inédita depois de ter contato com imagens encontradas nos tablets e celulares de dois criminosos presos ligados ao PCC . O material foi apreendido em junho.
Segundo o documento, havia milhares de fotos e vídeos de pessoas assassinadas em todo o Brasil, sendo todos realizados a mando de chefes da facção criminosa. Entre os mortos estão, inclusive, ex-membros da própria quadrilha, acusados de cometer “faltas graves”.
A informação sobre as centenas, que podem chegar a milhares de mortes, não é surpresa para a Polícia Civil de São Paulo, já que investigações em torno de 400 assassinatos já estavam sendo feitas em paralelo, mas faltavam alguns detalhes sobre locais dos crimes ou mesmo sobre as vítimas. Agora, oficiais poderão “cruzar” as imagens com as informações e conseguir, por exemplo, identificar os mortos.
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Ainda de acordo com o relatório, a chefia do grupo criminoso
dava ordens de que todas as mortes fossem registradas com imagens a fim de que fossem “contabilizadas”, numa espécie de ‘gerência de chacinas’. Em um caso no Mato Grosso do Sul, membros da facção
“se esqueceram de fotografar a vítima” e tiveram de desenterrá-la para enviar a imagem à cúpula.
Operação Echelon recuperou celulares de membros do PCC
O material foi apreendido em junho deste ano durante a operação Echelon. Os celulares e tablets pertenciam a Adriano Hilário dos Santos, o “Kaique”, e a Alexandre da Silva Araújo, o “Da Sul”, dois dos responsáveis pelo controle dos assassinatos da facção, que estão presos. Outros três criminosos – ligados à matança em outras regiões do Brasil – estão foragidos.
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Apesar de o número de mortes já ser bastante alto, a Polícia Civil acredita que pode chegar a milhares, pois os 400 assassinatos são apenas do último semestre de 2017. Os aparelhos ainda estão sendo destravados e investigados.
No relatório, delegados sugerem que a legislação do País seja modificada para que os assassinatos realizados pelo PCC sejam classificados como genocídio.