Os danos causados por um ataque de drone ucraniano na cidade russa de Stanovoye, região de Moscou, em 10 de novembro de 2024
TATYANA MAKEYEVA
Os danos causados por um ataque de drone ucraniano na cidade russa de Stanovoye, região de Moscou, em 10 de novembro de 2024
Tatyana Makeyeva

Rússia e Ucrânia lançaram na madrugada deste domingo (10) os maiores ataques de drones em mais de dois anos e meio de conflito, denunciaram os dois países.

Enquanto a guerra continua, o Kremlin declarou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump , deu "sinais positivos" sobre a resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia .

"Os sinais são positivos. Trump, durante sua campanha eleitoral, disse que vê tudo isso [ o conflito na Ucrânia ] por meio de acordos. E que ele pode chegar a um acordo que levará à paz", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov , em entrevista à imprensa estatal.

Trump só assumirá o cargo em janeiro e, até o momento, o conflito não mostra sinais de abrandamento.

Na manhã deste domingo, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter derrubado 34 drones ucranianos que tinham como alvo a região de Moscou, o maior ataque à capital russa desde o início do conflito em fevereiro de 2022.

De acordo com a mesma fonte, outros 36 drones foram abatidos em duas regiões que fazem fronteira com Moscou e três outras regiões fronteiriças ucranianas.

O ataque, que forçou o fechamento temporário de três aeroportos de Moscou, feriu uma mulher de 52 anos e incendiou duas casas na localidade de Ramenskoye , segundo as autoridades.

Há quatro dias, Moscou lançou um ataque maciço de drones contra a capital ucraniana, que tem sido alvo de ataques quase diários no último mês.

Na madrugada de domingo, a Ucrânia registrou um novo ataque "recorde" de 145 drones russos a seu território, denunciou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky no X.


A Força Aérea ucraniana disse em um comunicado que, às 07h30 GMT (04h30 em Brasília), 62 dos 145 drones russos haviam sido neutralizados em 13 regiões do país.

Até o momento, as autoridades de Kiev não relataram vítimas ou danos nem reivindicaram a responsabilidade pelos ataques contra Moscou.

A Ucrânia afirma que seus ataques, que geralmente têm como alvo instalações energéticas, são uma resposta aos intensos bombardeios russos em seu território desde o início da ofensiva lançada pelo presidente russo Vladimir Putin em fevereiro de 2022.

Acordo de defesa Rússia-Coreia do Norte

No terreno, a Rússia afirmou, neste domingo, ter conquistado a localidade de Vovtchenka, na região de Donetsk, leste da Ucrânia.

O vilarejo está localizado a cerca de cinco quilômetros de Kurakhov, uma cidade industrial que tinha cerca de 18.000 habitantes antes do conflito e abriga um grande depósito de lítio.

Putin assinou um acordo de defesa mútua com a Coreia do Norte, cujos soldados estão, de acordo com Kiev e Washington, prestes a se juntar aos russos que combatem as forças ucranianas.

Concluído durante uma visita de Putin a Pyongyang em junho, o acordo entre dois dos principais inimigos dos Estados Unidos prevê, entre outras coisas, uma "assistência militar imediata" recíproca no caso de um ataque a qualquer um dos países.

O acordo formaliza meses de crescente cooperação de segurança entre ambos, aliados comunistas durante a Guerra Fria.

Citando relatórios de inteligência, a Coreia do Sul, a Ucrânia e o Ocidente afirmam que a Coreia do Norte enviou cerca de 10.000 soldados para a Rússia para lutar na Ucrânia.

Questionado publicamente sobre este envio em outubro, Putin não negou o fato, desviando a pergunta para criticar o apoio ocidental à Ucrânia.

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