Um tribunal do Vietnã condenou uma empresária do setor imobiliário por um dos maiores casos de corrupção do país, com prejuízos calculados em US$ 27 bilhões (cerca de R$ 136 bilhões).
O júri rejeitou todas as alegações da defesa de Truong My Lan, executiva do grupo imobiliário Van Thinh Phat, acusada de fraudar o Saigon Commercial Bank (SCB) ao longo de uma década.
"As ações da acusada (...) minaram a confiança da população na liderança do Partido (Comunista) e do Estado", afirma a decisão do júri, divulgada pela imprensa estatal.
Lan foi uma das 86 pessoas indicadas no caso, um grupo que inclui ex-presidentes do banco central, ex-funcionários do governo e ex-executivos do SBC.
O julgamento na Cidade de Ho Chi Minh, sul do país, durou cinco semanas. Lan e os outros 85 réus foram acusados por crimes que vão de suborno e abuso de poder até apropriação indébita e violação das leis bancárias.
Lan supostamente desviou US$ 12,5 bilhões (R$ 63 bilhões), mas os promotores afirmaram nesta quinta-feira que os danos totais causados pelo esquema alcançaram US$ 27 bilhões, o equivalente a 6% do PIB do Vietnã em 2023.
A empresária negou as acusações e culpou os subordinados. Ela e os demais réus foram detidos como parte de uma campanha nacional contra a corrupção.
Em sua declaração final ao tribunal na semana passada, ela sugeriu que cogitou o suicídio. "Em meu desespero, pensei na morte", declarou Lan, segundo a imprensa estatal.
"Estou tão irritada por ter sido tão estúpida para me envolver neste ambiente empresarial muito feroz, o setor bancário, do qual tenho pouco conhecimento", disse.