Juliana Peres Magalhães é acusa de ter matado um homem a tiros na mansão em que morava
Reprodução/ABC7 TV
Juliana Peres Magalhães é acusa de ter matado um homem a tiros na mansão em que morava

Acusada de assassinato em segundo grau dentro de uma mansão no estado da Virgínia (EUA) , a brasileira Juliana Peres Magalhães, de 23 anos, trabalhava como babá na residência onde aconteceu um duplo homicídio, do qual ela responde apenas por um. No início desta semana, detalhes divulgados em audiência trouxeram uma reviravolta ao caso que ocorreu em fevereiro do ano passado.

A acusada, que é natural do interior de São Paulo, está nos EUA há mais de dois anos, e trabalhava como au-pair na casa da família Banfield. Nesta segunda-feira (1º), promotores apresentaram evidências que reforçam as suspeitas sobre Juliana, que teria um relacionamento extraconjugal com Brendan Banfield — marido de uma das vítimas, Christine, de 37 anos — e que é acusado de participação no crime.

Quando os agentes de polícia chegaram ao local dos assassinatos, em 24 de fevereiro de 2023, encontraram dois corpos. Além de Christine, que apresentava sinais de esfaqueamento, um homem identificado posteriormente como Joseph Ryan, de 39 anos, também estava morto, com marcas de tiro.

Em depoimento, Juliana e Brendan afirmaram que momentos antes o homem teria invadido a casa e atacado a mulher, quando não havia mais ninguém no imóvel. A babá afirmou ainda que havia deixado a casa dos Banfield com a filha de 4 anos do casal, por volta de 7h30 da manhã do crime.

Segundo a emissora norte-americana NBC, a brasileira contou que esqueceu de pegar marmitas e voltou à casa e que, ao retornar, teria visto um carro desconhecido e decidido ligar para a dona da casa, Christine. Sem retorno e supostamente preocupada, a brasileira teria entrado em contato com Brendan, que voltou de onde estava à residência.

Após a chegada de Brendan, Juliana diz que os dois entraram juntos na casa. O marido diz ter subido até o quarto e visto o momento em que Joseph Ryan atacava a mulher. O americano, então, teria sacado uma arma e efetuado um disparo contra o homem, que permaneceu vivo. Nesse momento, Juliana teria sido orientada por Brendan a pegar outra arma e seguir com os tiros.

A babá foi presa em outubro de 2023, acusada apenas pela morte de Joseph Ryan. Durante as investigações, no entanto, a promotoria diz que os depoimentos da brasileira e do marido de Christine começaram a se desencontrar.

Atualmente, a tese da acusação é que os assassinatos seriam parte de um plano elaborado por Juliana e Brendan, com a intenção de assassinar Christine, uma vez que ambos mantinham uma relação extraconjugal.

Perfil de Christine em site fetichista, troca de mensagens com Joseph e porta-retratos de Juliana e Brendan

Polícia encontrou diversos porta-retratos de Juliana e Brendan na residência onde o duplo homicídio ocorreu
Reprodução
Polícia encontrou diversos porta-retratos de Juliana e Brendan na residência onde o duplo homicídio ocorreu


Na audiência da última segunda-feira (1º), as autoridades do Condado de Fairfax apresentaram o esboço de uma sequência de eventos suspeitos que parecem desmentir o alegado ato de legítima defesa descrito pelos acusados.

Os investigadores fizeram buscas em um computador na casa dos Banfield. No dispositivo, encontraram um perfil de Christine em um site de sexo fetichista. Ao analisar o histórico virtual da assassinada, os agentes encontraram conversas entre ela e Joseph Ryan, o então "estranho" que teria invadido a casa no dia do duplo homocídio.

O tom da conversa entre ambos chamou a atenção. Segundo os investigadores, o modo usado pela usuária para se expressar não condizia com o descrito por amigos e parentes. Com isso, a polícia acredita que outra pessoa possa ter fingido ser Christine para se comunicar com Ryan e marcar o encontro na casa da família, na manhã do crime.

Outro ponto que chamou a atenção dos investigadores é que antes da prisão da babá, em outubro do ano passado, os agentes encontraram diversos porta-retratos com fotos de Juliana ao lado de Brendan na casa onde ocorreram os assassinatos. A teoria dos investigadores é que Juliana e Brendan já tinham um caso extraconjugal e planejaram o crime juntos.

Na ocasião, os policiais também encontraram roupas íntimas da brasileira no quarto do patrão. Outra evidência apresentada pelas autoridades é que Juliana e Brendan estiveram em um campo de tiro meses antes do crime. Um mês antes, o homem comprou uma arma, e a babá e o dono da mansão também teriam comprado novos celulares dias antes da suposta invasão à casa.


Júri marcado para abril


No depoimento desta segunda (1º), Brendan Banfield se recusou a responder a maior parte das perguntas e foi chamado pelo juiz da Corte Geral do Condado de Fairfax,  Michael Lindner, de “testemuha adversária”.

O magistrado permitiu que o processo contra Juliana prossiga, e um grande júri será convocado para o caso ainda no mês de abril. Até o momento, ninguém é acusado da morte de Christine.

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