O ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente Jair Bolsonaro em 2019
Marcos Corrêa/PR
O ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente Jair Bolsonaro em 2019

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes das investigações sobre o suposto plano para um golpe de Estado . A solicitação foi apresentada nesta quarta-feira (14) e baseia-se na argumentação de que Moraes, sendo uma das supostas vítimas do plano, não poderia atuar como relator do caso.

Segundo os advogados de Bolsonaro, a narrativa apresentada coloca o ministro no papel central das ações investigadas, o que comprometeria sua imparcialidade. Além disso, foi requerido que todos os atos determinados por Moraes sejam anulados, alegando que ele assumiu simultaneamente a posição de vítima e de julgador.

A defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, também alegou impedimento de Moraes para julgar o caso, argumentando que ele foi alvo de uma operação de monitoramento conduzida pelo próprio ministro.

A Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (8), visa desarticular uma suposta organização criminosa que planejava um golpe para manter Jair Bolsonaro na Presidência. Durante a operação, os agentes foram à residência do ex-presidente em Angra dos Reis (RJ) para recolher seu passaporte, que foi entregue posteriormente em Brasília. A ação teve como base a delação do tenente-coronel Mauro Cid e outras provas obtidas pela PF ao longo da investigação.

No dia seguinte à operação, o ministro Alexandre de Moraes tornou público um vídeo apreendido no qual Bolsonaro alega, sem provas, a existência de um acordo secreto do Tribunal Superior Eleitoral que estaria violando a Constituição,  afirmando que usaria seu Exército e ministros para intervir.

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