Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis. A ação tinha como alvo um grupo que, supostamente, teria arquitetado um golpe após as eleições de 2022, com o objetivo de manter o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Antônio Cruz/Agência Brasil - 20.02.2020
Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis. A ação tinha como alvo um grupo que, supostamente, teria arquitetado um golpe após as eleições de 2022, com o objetivo de manter o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

A Polícia Federal (PF)  declarou que dados da Operação Tempus Veritatis "confirmam" que Jair Bolsonaro (PL) analisou e alterou dados da "minuta do golpe", encontrada em seu gabinete na sede do PL (Partido Liberal), na semana passada . A informação foi repassada pela PF em um documento entregue ao Supremo Tribunal Federall (STF). A investigação apura uma tentativa de golpe de Estado. 

De acordo com o inquérito, Bolsonaro manteve na minuta, em dezembro de 2022, a parte em que ordenaria a prisão do ministro Alexandre de Moraes , do STF. Ainda segundo as investigações, o texto teria passado pelo ex-presidente em reunião ocorrida em 19 de novembro de 2022, cerca de 20 dias depois da derrota nas urnas. 

A minuta

Além da prisão de autoridades, o documento previa a convocação de outra disputa eleitoral, anulando a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o texto, a ruptura do Estado Democrático de Direito estaria "dentro das quatro linhas da Constituição".

"Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem", diz o parágrafo final da minuta.

Versão de Bolsonaro

O relatório feito pela PF refuta a versão da defesa de Jair Bolsonaro. Na sexta-feira passada, os advogados do ex-presidente afirmaram que ele só tomou conhecimento do documento em 18 de outubro de 2023, cerca de um ano depois das eleições. De acordo com a defesa, a carta foi encontrada no celular do tenente Mauro Cid, detido em maio do ano passado. 

Assim, segundo a defesa de Bolsonaro, o ex-presidente pediu para seu advogado enviar a minuta via WhatsApp. Porém, como o ex-mandatário possui problema de visão, ele decidiu imprimi-la.

"A impressão provavelmente permaneceu no local da diligência de busca e apreensão havida na data de hoje, que alcançou inclusive o gabinete do ex-Presidente, razão porque lá foi apreendido", diz a defesa do ex-mandatário.

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