Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e o candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se envolveram numa confusão na tarde deste domingo (na Avenida Paulista. Candidatos do MBL acusaram Boulos de agredir um menor de idade do grupo de direita. Boulos nega.
Num vídeo nas redes sociais, um jovem se aproxima de Boulos como se fosse fazer uma selfie e o questiona como pode se apresentar como defensor da democracia se, ao mesmo tempo, apoia ditaduras como a de Cuba. Em seguida, começa uma gritaria e as imagens ficam tremidas.
De acordo com o PSOL, policiais militares abordaram Boulos após serem provocados pelos candidatos do MBL. Em outra gravação, Boulos aparece discutindo com os policiais e os acusa de fazer um papel político e diz "que não tem nenhuma razão para ir à delegacia".
A tentativa de prisão gerou um impasse que durou cerca de 30 minutos. Os advogados Ariel de Castro Alves e Augusto de Arruda Botelho, que acompanhavam Boulos, ajudaram no diálogo com os policiais.
Ainda assim, o clima ficou tenso e a assessoria do candidato do PSOL acusa os policiais de agrediram fisicamente militantes de esquerda e usarem gás de pimenta. O MBL afirmou que vai levar o menor à delegacia para fazer um boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial, na Consolação. O grupo de direita divulgou ainda mais um vídeo em que o menor de idade leva chutes e empurrões de algumas pessoas que estavam no ato de campanha de Boulos e divulgou uma foto do jovem com hematomas no rosto.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG
"Os policiais foram instrumentalizados por candidatos de direita para me constranger e gerar um fato político favorável aos bolsonaristas", afirma Boulos, por meio de nota da assessoria.
O candidato Cristiano Beraldo, que é ligado ao MBL, fez insinuações contra Boulos no Twitter.
"Na hora de agredir um moleque de 15 anos o Boulos é machão. Quero ver ele ser macho agora para ir à delegacia com a polícia".
De acordo com a defesa de Boulos, a tentativa de prisão foi ilegal e, de acordo com a lei, a polícia só pode efetuar prisões em flagrante, o que não aconteceu. "Além disso, a ação dos policiais viola o artigo 236 do Código Eleitoral, que dá imunidade a todos os candidatos por 15 dias antes da data da votação", diz a nota da defesa de Boulos.