Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, durante sessão
Waldemir Barreto/Agência Senado - 13.08.2022
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, durante sessão

Aliados intensificaram a pressão para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) , entre na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto. A adesão do parlamentar é vista como uma contrapartida importante ao apoio dos petistas à chapa que concorrerá ao governo encabeçada pelo ex- prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil , correligionário do senador.

O GLOBO apurou que, nos últimos dias, integrantes do núcleo duro da campanha de Lula convidaram Pacheco a comparecer ao primeiro ato do petista em Minas, que está previsto para a próxima quinta-feira, em Belo Horizonte. O senador, entretanto, tem indicado que não pretende subir ao palanque ao lado do petista.

Pacheco chegou a ser anunciado como pré-candidato à presidência da República, mas recuou e, desde então, voltou suas atenções para se reeleger presidente do Senado na próxima legislatura. Ele acredita que, para isso, deve se manter neutro nas eleições deste ano.

Um dos coordenadores da campanha de Lula e colega de Pacheco no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) jogou a toalha quanto à possibilidade de o parlamentar mineiro aderir ao projeto petista no plano nacional: "Não tenho mais esperança nenhuma de que ele suba no nosso palanque".

Enquanto quadros do PT trabalham ativamente para levar Pacheco à disputa eleitoral, correligionários do PSD decidiram deixá-lo à vontade para avaliar as consequências políticas de aparecer ao lado de Lula e pedir votos para o candidato à Presidência. Eles entendem que, como chefe de Poder, o senador ainda precisará dialogar com as demais instituições em um processo eleitoral possivelmente conturbado.

Caso haja uma escalada de agressões de Jair Bolsonaro (PL) à Justiça Eleitoral , por exemplo, seria melhor que não estivesse associado à campanha do PT. Também interessa ao senador manter relações estreitas com diversas forças políticas para ser reconduzido ao cargo que ocupa hoje.

Estado estratégico

O próprio Alexandre Kalil, um dos principais interessados numa eventual mudança de postura de Pacheco, diz compreender a imobilidade do aliado.

"O Rodrigo não tem participado da eleição. Até hoje, não houve participação nenhuma, até pela posição dele no Congresso. E eu entendo perfeitamente que isso ocorra", diz Kalil.

A campanha eleitoral começa oficialmente nesta terça-feira. Dois dias depois, Lula vai comandar o comício na Praça da Estação, em Belo Horizonte. Alexandre Kalil afirma que, no dia do evento, o palanque será ocupado majoritariamente por políticos locais da aliança.

O tom e a mensagem política do ato ainda estão em discussão. Petistas acreditam, contudo, que Lula deve continuar falando sobre o que chama de “projeto de reconstrução do Brasil”, com ênfase nas propostas para a geração de emprego e renda, assim como extinção da fome no país.

O desempenho entre o eleitorado mineiro é determinante para o sucesso dos postulantes ao Planalto. Desde a redemocratização, todos os presidentes venceram em Minas. Para estrategistas do PT, a aliança com o PSD é importante para que Lula consiga uma vantagem de 2 milhões a 2,5 milhões de votos em relação a Jair Bolsonaro. "Essa é a nossa conta" diz o candidato do PSD ao governo de Minas.

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