Sob comando da ministra Damares Alves, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informou que está apurando informações oficiais sobre o assassinato do congolês Moïse Mugenyi, ocorrido no Rio de Janeiro. O homem foi morto a pauladas no último dia 24 de janeiro após cobrar o pagamento de salários atrasados no quiosque em que trabalhava.
Em nota enviada à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a pasta afirma que busca as informações "no intuito de promover a atuação institucional no âmbito de sua competência". "Participam da atuação a Secretaria Nacional de Proteção Global e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgãos do ministério", diz o texto enviado nesta terça-feira (1º).
Essa declaração foi dada após a ministra Damares Alves se tornar alvo de diversas críticas pela falta de pronunciamento diante do crime.
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Mais cedo, veio à tona um vídeo
que registra o momento em que Moïse é espancado até a morte. O crime ocorreu em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Até o momento, três suspeitos foram presos
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Racismo e xenofobia
O jovem Moïse tinha 24 anos e vivia no Brasil desde os 11 anos, quando se mudou para o país como refugiado político. Ele morava na Madureira, que fica na zona norte da capital fluminense. Para a comunidade congolesa no Brasil, o crime foi um caso de racismo e xenofobia.
"Por isso, exigimos a justiça para Moïse e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática", afirmam em nota reproduzida pela publicação.
Movimentos negros se organizam para realizar uma manifestação no próximo sábado (5), junto à família de Moïse, em frente ao quiosque onde o crime foi cometido.