Um grupo ligado aos protestos bolsonaristas que ocorrem desde a noite de ontem (6) em Brasília tentaram invadir o acampamento indígena Luta pela Vida, instalado em frente à Funarte, no Eixo Monumental.
Segundo informações do Correio Braziliense, cerca de 10 pessoas provocaram e mostraram armas aos indígenas que faziam a segurança do local por volta das 3h. O clima era de tensão.
Um dos representantes do povo Krenak de Minas Gerais, Anderson fazia a ronda noturna quando percebeu a chegada do grupo. "Vieram pelo banheiro. Fizeram questão de mostrar armas e defenderam muito Bolsonaro. Não temos apoio da polícia, somos só nós. Mas não vamos ficar de braços cruzados se vierem de novo", disse ao jornal brasiliense.
Arlene, da etnia Aikana Kwaza, de Rondônia (RO), disse temer por sua segurança e dos demais que estão no acampamento. "A gente estava seguro, mas não sabemos como vai ser daqu para a frente. Hoje de manhã teve uma provocação ali e os parentes foram de frente. Os bolsonaristas vão de frente mas a gente não recua. Se eles tentarem invadir, não vamos recuar".
Os indígenas estão acampados há cerca de 15 dias aguardando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da tese de "marco temporal" das demarcações de terras. Bolsonaro é a favor da questão, que prevê a data da promulgação da Constituição de 1988 como data limite para que indígenas reivindiquem posse sobre terras ocupadas.
Ontem, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que teria todo seu efetivo empenhado, e que estaria no local para reprimir eventuais ataques, se necessário.