A Polícia Federal informou que irá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para abertura de inquérito para apurar suposto vazamento de depoimentos sigilosos enviados à CPI da Covid , que fazem parte de duas investigações em curso na corporação para apurar suspeitas de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro envolvendo a vacina Covaxin e suspeitas de irregularidades na compra dessa vacina.
A informação foi dada pela PF ao STF por causa de um habeas corpus protocolado por senadores da CPI na qual eles pediam o trancamento da investigação sobre vazamento. O relator do habeas corpus, ministro Edson Fachin, pediu uma manifestação da Polícia Federal. Agora, Fachin aguarda um posicionamento da Procuradoria-Geral da República para decidir sobre o caso.
Um dos depoimentos foi revelado pelo GLOBO, do deputado Luís Miranda à PF. No ofício, a Polícia Federal afirma que os depoimentos eram sigilosos e haviam sido compartilhados com o Senado. Sem apontar diretamente a CPI da Covid como responsável pelos vazamentos, a PF afirma que as informações passaram por um local onde existem senadores com foro privilegiado e, por isso, seria necessário pedir autorização do STF para investigá-los.
A PF informou que, por isso, o inquérito ainda não chegou a ser instaurado.
"Repise-se que em nenhum momento a PF imputou qualquer conduta à CPI ou seusrepresentantes e a investigação não foi sequer inaugurada, em razão do trâmite interno em observância à instrução normativa de polícia judiciária desta instituição e da pendência de expedição de ofício para o STF autorizar eventual instauração de inquérito", diz a PF.