O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse na terça-feira, 17, após encontro com empresários e parlamentares, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está caminhando para a derrota em 2022. Nos bastidores, Kassab tenta impulsionar a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) , ao Palácio do Planalto.
Segundo o dirigente do PSD, os conflitos de Bolsonaro com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) só prejudicam a postulação dele à reeleição. Na visão de Kassab, o presidente da República estaria "perdidinho".
"É o estilo dele (Bolsonaro). Está em fim de governo, não surpreende ninguém. É o estilo (do confronto), cuja maior vítima é ele. O desgaste que ele está tendo é por causa dessa postura. Esse estilo de criar polêmica. Isso assusta. Há a questão da pandemia, aquelas manifestações negacionistas, sem máscaras, sem distanciamento social. Ele não respeitou. Isso não surpreende mais ninguém. É o desgaste que o está levando à derrota", disse Kassab.
No encontro, o presidente do PSD disse que está estudando várias pesquisas. Na sua análise, a maior parte do eleitorado está no centro, cenário que seria favorável a um candidato de perfil moderado. Com isso, aposta em um nome alternativo às candidaturas de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Cerca de 70% da população prefere o candidato de centro", disse Kassab
O presidente do PSD também desconsiderou qualquer risco de ruptura institucional a partir das ameaças de Bolsonaro ao processo eleitoral e ao Judiciário.
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"O Bolsonaro, se é que ele está pensando nisso (em ruptura), está sozinho", afirmou o presidente do PSD.
Em almoço com deputados, senadores e empresários, Kassab discursou sobre reforma eleitoral. Disse ser contra o retorno das coligações proporcionais, aprovadas pela Câmara. Ele espera que o Senado barre a medida.
Kassab defendeu ainda o valor de R$ 5,7 bilhões previsto pelo Congresso para o Fundo Eleitoral. Jair Bolsonaro prometeu vetar trecho da lei que estipulou o valor.
"Não tenho nenhum problema com esse valor, desde que se esclareça os critérios. Não é possível que (a verba) seja (revertida) só para quem tem mandato. O Congresso tem que deixar isso claro. O mínimo para a renovação. É melhor ter democracia do que não ter democracia", afirmou.