RIO — Um novo advogado assumiu a defesa de Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", de 19 anos. O criminalista José Almir pediu à Justiça acesso a documentos sigilosos da investigação que levou a jovem à prisão e, por isso, não quis dar detalhes sobre os seus próximos passos. Mas negou que ela seja chefe do tráfico na Cracolândia, como apontam os policiais civis responsáveis por sua prisão.
— Aos 19 anos ela não teria condições de ser o que estão falando. Por causa de uma pequena situação a colocaram dessa forma. Não é nada disso exatamente como está acontecendo — disse ele.
Lorraine foi presa em Barueri, em São Paulo, no dia 22 deste mês. A jovem estava em liberdade provisória e domiciliar para ficar com a filha, de 9 meses. Contra ela havia um mandado de prisão em aberto. Na última sexta-feira, a Justiça converteu a prisão temporária de Lorraine em preventiva.
De acordo com a Polícia Civil, Lorraine lucrava, em média, R$ 6 mil por dia com tráfico de drogas na região central de São Paulo. Ela pegava um quilo por cerca de R$ 21 mil o vendia por até R$ 35 mil, aponta a corporação. Os investigadores sustentam que a jovem usava roupas escuras e largas e chapéu e capuz para não chamar a atenção quando estava na Cracolândia.
Com equipes infiltradas, a polícia conseguiu imagens de Lorraine numa tenda que, segundo a polícia, é onde a droga é oferecida. O entorpecente, ainda de acordo com a polícia, fica escondido em hotéis perto da Cracolândia.
Nas redes sociais, a jovem ostentava uma vida de luxo. O irmão dela, Lorruam Bauer , usou o seu perfil para dizer que a jovem se envolveu com "pessoas erradas", mas negou que as viagens exibidas em suas redes sociais fossem bancadas com dinheiro do tráfico.