O deputado federal Ricardo Barros
(PP-PR), líder do governo na Câmara, foi delatado na Operação Lava-Jato
, em 2017, por receber propinas duas vezes do mesmo empreiteiro. Na sexta-feira (25), o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) afirmou, em sessão da CPI da Covid
, que Barros pressionou o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo pela assinatura do contrato supostamente irregular pela importação da vacina Covaxin
.
O episódio colocou os olofotes sobre Barros, que também já foi um dos protagonistas da delação premiada da Lava-Jato dos executivos da Galvão Engenharia , como lembra o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A delação foi homologada por Edson Fachin em dezembro de 2017.
Na ocasião, o ex-presidente da empreiteira, Eduardo Queiroz Galvão, afirmou que pagou propinas duas vezes a Barros. O dinheiro teria sido pago em 2011, quando ele era secretário de Indústria e Comércio de Beto Richa, no Paraná.
O primeiro acordo de propina foi estabelecido para que Barros intermediasse a venda de 49,9% da São Bento Energia à empresa estatal Copel . Na ocasião, o então secretário pediu R$ 1 milhão mais 1,5% do valor total que a Copel recebesse em investimentos. De acordo com Queiroz Galvão, R$ 300 mil reais foram entregues em mãos a Barros.
O segundo acordo, em 2013, teria sido fechado para que Barros
ajudasse a destravar a venda do restante da São Bento, 50,1%. Desta vez, ele pediu R$ 1,2 milhão para si próprio, mais 2,5% do valor total da transação, que foi de R$ 160 milhões, em doações ao PP do Paraná
. Na época, ele era presidente regional do partido.